Em todas as regiões do Rio Grande do Sul, o regime pluviométrico registrado no mês de novembro foi bastante irregular e com desvios negativos em relação à média esperada, especialmente na faixa leste, onde, em média, ficaram em torno dos 80%. Ou seja, nessas áreas choveu apenas 20% do esperado para o período. Conforme o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar sobre a situação das principais culturas e criações no Rio Grande do Sul, este quadro tem trazido preocupação aos produtores, uma vez que a safra de verão encontra-se em pleno andamento e muitas lavouras, principalmente as de milho e feijão, começam a entrar no período de floração e formação de grãos, fases muito sensíveis à falta de umidade. Outro fato que chama a atenção são os níveis dos mananciais hídricos, com destaque para a Região da Serra, onde o fornecimento de água à população urbana, assim com em algumas áreas rurais, começa a ser afetado devido ao baixo volume de chuva.
A semeadura da soja evoluiu de forma um pouco mais satisfatória, uma vez que os produtores se beneficiaram da umidade resultante das chuvas ocorridas ainda nos dias 21 e 22 de novembro, nas principais regiões produtoras, localizadas mais ao norte do Estado. Entretanto, recentemente, a prática foi interrompida devido à intensificação da deficiência hídrica. Nesse sentido, algumas lavouras implantadas por último, embora emergidas, vêm apresentando sérias dificuldades no estabelecimento das plântulas. Esse fato é mais perceptível em áreas de solo raso e nas implantadas sob o método convencional (com arado e grade).
As condições de umidade do solo estão retardando o plantio da safra de milho, que evoluiu apenas dois pontos, alcançando 78% do total cultivado. Na Região da Serra, onde o déficit hídrico vem se acentuando, houve a suspensão total do plantio na última semana, assim como a aplicação de adubação de cobertura e controle das ervas espontâneas nas lavouras semeadas há mais tempo.