As consequências da estiagem no Rio Grande do Sul refletem na produção agrícola do Estado. O potencial produtivo de lavouras e pastagens está declinando e os níveis dos mananciais hídricos, como barragens e rios, vêm diminuindo de forma acentuada. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (22) pela Emater/RS-Ascar, as lavouras de milho, juntamente com as de feijão, são as mais afetadas pela deficiência hídrica que atinge o RS nos dois últimos meses.
Em algumas localidades, ou mesmo regiões, os produtores já começam a contabilizar os prejuízos. Além disso, aumentam o número de pedidos de Proagro. Entre 40% e 50% das lavouras terão atravessado as fases de floração e enchimento de grãos em condições críticas quanto à presença de umidade no solo, fator indispensável para se garantir uma boa produtividade.
Esta situação provocará reflexos na produção total deste ano, uma vez que os danos em termos de diminuição do potencial produtivo podem ser considerados irreversíveis em 50% da área projetada. Os prejuízos, no entanto, serão conhecidos a partir de janeiro, quando os dados referentes à segunda quinzena deste mês serão tabulados no Sistema de Monitoramento das Condições das Culturas.
As lavouras que se encontram em desenvolvimento vegetativo, cerca de 34% do total cultivado, também apresentam problemas na sua evolução, como murchamento das folhas basilares e crescimento deficiente. Em algumas regiões produtoras de feijão, o déficit hídrico já afeta seriamente a cultura. Nos vales do Taquari e Rio Pardo, as perdas são significativas.
Mais da metade da área cultivada com feijão no Estado se encontra em fase crítica quanto à necessidade de boa umidade do solo. Se não ocorrerem chuvas de boa intensidade nos próximos períodos, a produtividade das lavouras deverá ser afetada. Ao contrário das demais culturas, as lavouras de arroz evoluem de maneira satisfatória. A deficiência hídrica, que se intensifica em todas as regiões, não chega a deflagrar maiores prejuízos para o arroz.
Até o momento, a irrigação tem sido satisfatória na maioria dos casos. Somente aqueles produtores que dependem de arroios e rios para irrigar as suas áreas é que enfrentam alguns problemas. Com o cenário de normalidade para a cultura, 2% das lavouras estão na fase de floração e 98%, em fase de desenvolvimento vegetativo, apresentando bom padrão.
O forte calor e a insolação, somados à menor umidade existente no solo, estão prejudicando algumas culturas de hortigranjeiros, em especial, as hortaliças folhosas. Essa situação prejudica a qualidade dos produtos e restringe a produção, o que deve influir nos preços dos mercados e feiras. Devido ao baixo volume de chuvas e às altas temperaturas do período, as forrageiras apresentam taxas de crescimento vegetativo bastante reduzidas, com algumas plantas secando devido à falta de umidade do solo.
A redução do volume das chuvas também está dificultando a continuidade da implantação das pastagens de verão, como sorgo forrageiro, capim-sudão, milheto, assim como das lavouras de milho destinadas à elaboração de silagem, especialmente nas regiões com temperaturas médias mais baixas, onde os cultivos são realizados mais tarde.
Com a reduzida oferta de pasto para o rebanho leiteiro, os produtores estão utilizando alimentos volumosos conservados (silagem e feno) para suplementar a dieta dos animais. Os que não possuem grande quantidade de silagem para fornecer ao rebanho e que tiveram perdas significativas nas lavouras de milho destinadas à produção de grão estão encaminhando pedido de Proagro para utilizá-las na elaboração de silagem.
Agência de notícias do Governo do Estado