Angústia vivida pelos suinocultores da Doux Frangosul tem alívio. Após o não cumprimento de mais um calendário de pagamentos por parte da empresa, um grupo de treze produtores de várias regiões do Rio Grande do Sul ingressou na Justiça, no início da semana passada, com ações judiciais (cautelares) e tiveram decisão favorável. Segundo os advogados dos suinocultores, Dr. Evandro Muliterno de Quadros e Dr. Diego Girelli, de Lajeado, no Vale do Taquari, "as ações cautelares que foram impetradas, individualmente, por cada um desses trezes suinocultores, visa assegurar o crédito deles, mediante a indisponibilidade das suas matrizes suínas, as quais estão nas suas granjas. Com isso, os produtores têm a garantia de uma negociação com a empresa nos próximos trinta dias, antes de ingressar com a ação principal, caso a negociação não ocorra".
O montante das dívidas acumuladas pelo grupo de produtores, segundo cálculos efetuados, supera os dois milhões de reais. A decisão foi proferida na última sexta-feira (27 de janeiro), na 1ª e 2ª Vara Judicial da Comarca de Montenegro. Para o Presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul - Acsurs, Valdecir Luis Folador, "os produtores foram praticamente 'obrigados' a adotar essa medita, pois o diálogo com a empresa já dura três anos e, até o presente momento, não houve qualquer solução para o caso. Além disso, as dívidas acumuladas no período, em virtude dos constantes atrasos, têm causado vários problemas para os produtores. Portanto, não restou outra alternativa para os suinocultores a não ser procurar seus direitos na Justiça".
A Acsurs vem acompanhando o caso e recebendo diversas reclamações dos produtores sobre as condutas da empresa desde o final de 2008. Desde então, a entidade realizou diversas reuniões com os produtores, buscando alternativas para o caso, sempre estabelecendo um diálogo franco e direto com a empresa, mostrando a realidade dos produtores, juntamente com a Fetag/RS e seu Presidente, Elton Weber.