Dos quatro anos do mandato, apenas um se findou. Mas não é o que parece. O governo do Estado tem sido alvo de muitas manifestações, e até de críticas intensas. O governador Tarso Genro atribui, quando o assunto é Educação, a um movimento político. Movimento este que, segundo ele, não deve interferir na campanha eleitoral dos candidatos de seu partido e coligações. Ele recebeu representação da Associação dos Diários do Interior (ADI) no Palácio Piratini, na segunda-feira, para a primeira entrevista aos Diários do Interior e destacou o projeto de governo que está em andamento. Entre as promessas, garante a conclusão – ou o início – de todos os acessos asfálticos. São 107 obras, que devem gerar mais desenvolvimento aos municípios e regiões beneficiadas.
Destacou que neste primeiro ano foi realizada uma série de ações de estruturação estratégica que estariam “muito nítidas” e fala de resultados. Com a melhoria da relação do Estado com a União, foi solucionada uma questão histórica que estava pendente da CEEE, injetando mais de R$ 3 bilhões no RS, sendo R$ 2,3 bi para obras de infraestrutura energética no Estado. “E, se não fizéssemos isso, a CEEE perderia a concessão de produção e de distribuição de energia.” O segundo movimento, segundo ele, foi de estruturar um orçamento para 2012 baixando significativamente os recursos próprios para investimentos e jogando todo o restante disponível para a Saúde, para a Educação e para a Segurança. No caso da Educação, destaca a correção salarial de 74,6% para os professores. Já na área de Segurança, frisa o aumento em torno de 20% em relação ao ano precedente.
Também assegura o propósito de redirecionamento, solicitando às secretarias que tem a finalidade de produzir projetos sociais, que buscassem recursos na União. “E isso deu certo. Entramos no programa de combate à miséria absoluta, da presidenta Dilma Rousseff e o RS Mais Igual será lançado agora com a capacidade de buscarmos atingir no mínimo, ao longo destes três anos de mandato, 150 mil famílias, já que temos 300 mil em situação de pobreza absoluta no país.” Ainda cita a reorganização da Secretaria de Ciência e Tecnologia e anuncia a conquista de mais de R$ 150 milhões do governo federal para pesquisa. “Temos um programa exaustivo que é aproximadamente 25 vezes mais do que foi gasto em ciência e tecnologia se comparado ao governo que nos precedeu. Fizemos um esforço arrecadatório grande inclusive com modificações tecnológica na Fazenda. E isso nos permitiu, no ano passado, arrecadar R$ 700 milhões a mais do que estava previsto.” Com o montante, alega, foi possível zerar as dívidas das obras terminadas do governo anterior que ainda não estavam sendo pagas, numa soma de R$ 170 milhões.
No primeiro ano, Tarso Genro afirma que foi redesenhado o perfil dos incentivos tributários do Estado, e destaca a política industrial para o RS que será lançada no final do mês, privilegiando a malha produtiva já existente no Estado. “Esta vai receber incentivos para se desenvolver com a visão de que devemos atrair grandes empresas a partir desta malha produtiva já existente no campo e na cidade. E não simplesmente dar incentivos para as grandes. Estas devem se acoplar a esta malha produtiva em crescimento.” A busca, conforme ele, é por captar recursos internacionais. Para o plano viário já estão garantidos R$ 2,7 bilhões de financiamento externo.
“Esta é a visão do primeiro ano: nós viabilizamos o governo. Isso não quer dizer que a situação estrutural do RS esteja viabilizada. Está longe de estar. Mas agora começamos uma nova fase.” Nesta, está prevista a negociação da dívida do Estado com a União, configurado como outro capítulo. “Temos que reorganizar, reestruturar esta dívida, porque é muito pesada. A negociação foi em outra época, de inflação alta, de baixo investimentos públicos, e baixa capacidade de captação de recursos para o país no mercado internacional. Não havia outra saída. Mas hoje temos de reestruturá-la, pois gira em torno de R$ 42 bilhões.” E ela continua aumentando. Quanto ao cálculo feito na época, Tarso classifica como “assassino às finanças públicas estaduais”.
Esta nova fase inclui ainda a projeção do perfil que o Estado quer até o final do governo. “E o que estamos desenhando é desenvolvimento industrial e tecnológico, além do combate às desigualdades sociais e regionais. Este é o legado que queremos deixar para o Rio Grande. Queremos deixar o Estado melhor do que encontramos.”
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