Em uma solenidade no Palácio Piratini que marcou o início das suas operações no Rio Grande do Sul, a JBS anunciou na quinta-feira (10) que 850 mil pintos foram recebidos hoje nas unidades da Frangosul no Estado. Além dos animais para criação e abate, a empresa também pagará, nesta sexta-feira (11), o valor de R$ 12 milhões de dívidas com os integrados. "Vamos quitar todo o passivo em 60 dias", garantiu o presidente global da empresa, Wesley Batista, que elogiou a receptividade do Governo do Estado.
O empresário foi recebido pelo governador Tarso Genro, que destacou a importância do desembarque em solo gaúcho de uma companhia do porte da JBS. "Trata-se de uma empresa multinacional brasileira que escolhe o Rio Grande do Sul, o que mostra que somos globalizantes e não apenas globalizados", disse o governador, em seu primeiro evento público depois da chegada da viagem de prospecção de negócios a Portugal, Espanha e Inglaterra.
A empresa anunciou na última sexta-feira (4), em Montenegro, o arrendamento por dez anos com opção de compra dos ativos da Doux Frangosul no Brasil. A iniciativa marcou a estreia da JBS no segmento de frangos no País e aumentou em 15% a sua capacidade de produção de aves no mundo. O volume alcança agora 9 milhões de cabeças por dia, incluindo as unidades nos Estados Unidos, México e Porto Rico.
A JBS vai investir R$ 300 milhões no negócio em seis meses, incluindo pagamento de dívidas e capital de giro. O grupo também vai incorporar os seis mil funcionários da Doux Frangosul no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul. A expectativa é que os frigoríficos de aves da empresa em Montenegro e Passo Fundo voltem a operar entre os dias 15 e 20 de junho. A empresa pretende regularizar os pagamentos em três parcelas mensais, a partir do dia 11 de maio, totalizando R$ 33,2 milhões. E não descarta fazer novos investimentos no Estado, por conta da tradição agroindustrial, da qualificação da mão de obra e da proximidade com o porto de Rio Grande.
Da mesma forma que o governador, o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Mauro Knijnik, também destacou a importância da aproximação com um dos maiores grupos empresariais do país. "Era uma questão de honra resolver o problema dos produtores, que já estava se tornando inaceitável para qualquer relação de capital e trabalho. O governador nos cobrava quase diariamente", afirmou Knijnik, convidando a empresa a ampliar os investimentos no Estado.
Política Industrial
Para Knijnik, a Política Industrial do Estado, que apoia 22 setores da economia gaúcha, entre eles o da avicultura, cria um ambiente adequado para receber novos investimentos. Com ela, foram reforçados os mecanismos da base produtiva do Estado, principalmente em setores altamente enraizados, como o agroindustrial. "Acreditamos que temos todas as condições para que a empresa cresça ainda mais no Estado" afirmou o secretário.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Luiz Fernando Mainardi, ressaltou a capacidade de produção de alimentos do Rio Grande do Sul e o cenário de ampliação mundial da demanda alimentar, o que cria espaço para a JBS intensificar a sua presença no Estado. Já o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, valorizou a ação coletiva do governo para a resolução do impasse.