O Rio Grande do Sul pode receber um investimento de 2 milhões de euros na implantação de uma fábrica de cápsulas e tapa-roscas, equipamentos utilizados na indústria vinícola e que são importados atualmente. A informação foi trazida pelos engenheiros agrônomos gaúchos Jorge Luiz Hoffmann e Heráclito dos Santos, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, ao retornarem, nesta sexta-feira (24), de visita técnica às províncias de Mendoza e San Juan, na Argentina.
O coordenador da Câmara Setorial de Uvas e Vinhos do Estado e o coordenador regional de Fruticultura da Metade Sul, respectivamente, foram recepcionados pelo enólogo Cesar Azevedo, que os acompanhou em vinícolas, vinhedos, pomares de oliveiras e indústrias de azeite. Os técnicos também conheceram plantios de nogueira, pistache e romã, verificando o grande potencial de desenvolvimento no Rio Grande do Sul, principalmente em pequenas propriedades.
Mendoza é a capital e a maior cidade da província de mesmo nome, contando com uma população superior a 1,4 milhão de pessoas. Localiza-se no oeste do país, nas bordas dos Andes, em área desértica, com 200 mm de chuvas ao ano. É considerada um importante polo de produção de vinhos e azeite. Enquanto o país conta com 230 mil hectares (ha) de vinhedos e 1.500 cantinas, Mendoza é responsável por 70% da área destinada à produção, com 1.100 cantinas e 140 milhas de vinhas.
A produção local, que prospera em região desértica, é feita com irrigação cuja água é originada do degelo dos glaciais dos Andes e de poços artesianos, a um custo de implantação de U$ 120 mil para um poço com rendimento de 200 mil litros/hora. Em certas regiões, já é proibido o uso de poços, sendo este um problema que se apresenta agora e tende a se acentuar num futuro próximo. Outro problema é o alto custo da mão de obra, estimado em R$ 90,00 a diária.
Em San Juan, onde o cultivo de olivas atinge 35 mil ha, os agrônomos visitaram propriedades de 1.500 ha, onde predominam as variedades Alberquina, Picual e Frontoio, sendo estas a base do azeite da região. "Em condomínios pode-se adquirir pomares de oliveiras implantados a um custo de U$ 20 mil, com manutenção anual estimada em U$ 2 mil", comentou Hoffmann. Os técnicos também conheceram o Museu do Vinho argentino, em San Juan, onde a família Graffigna introduziu as vinhas no país.
"Em Mendoza destacamos os condomínios de vitivinicultura de um hectare de vinhedo implantado, a um custo de U$ 80 mil, sendo possível ter sua marca de vinho também produzido por terceiros", destacou Heráclides. Segundo os profissionais, uma agenda de retribuição argentina à visita dos gaúchos será ajustada para breve, para troca de informações e intercâmbio econômico.
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