Estiagem prejudica plantio de culturas de inverno

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Conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na última quarta-feira (06/06), o plantio das culturas de inverno no Rio Grande do Sul tem sido prejudicado pela falta de umidade no solo. Na Metade Norte do Rio Grande do Sul, onde se encontra a maior área produtora de trigo do Estado, a semeadura das lavouras alcança apenas 12% da área projetada, estando em atraso se comparado ao ano anterior, quando os produtores já haviam plantado 25% da safra. 

No momento, triticultores da região do Planalto, dedicam-se à dessecação das áreas que irão receber as sementes de trigo e à negociação com cooperativas e cerealistas para o fornecimento dos insumos, com o comprometimento de pagar em produto na colheita, com preços pré-fixados em R$ 28,00/sc de 60 kg de boa qualidade industrial. Em algumas localidades, a alta dos preços dos fertilizantes fez com que alguns produtores desistissem de plantar. 

As lavouras de cevada começaram a ser semeadas nesta semana, pois eram poucas as áreas em condições de plantio. Havia necessidade de mais umidade no solo para o início de germinação, o que foi obtido com as últimas precipitações ocorridas nas regiões produtoras. 

Na região do Planalto e Médio Alto Uruguai, o plantio das lavouras de canola está chegando ao fim, faltando aproximadamente 5% para sua conclusão. As áreas implantadas estão encontrando dificuldades no seu estágio inicial de desenvolvimento vegetativo, havendo deficiência na germinação por falta de umidade. 

Nas demais regiões produtoras de canola, as fases iniciais estão atrasadas. No Noroeste, encontra-se em andamento o preparo das áreas com dessecação e início de plantio, o qual deverá se intensificar após as últimas chuvas, que também colaboraram para melhorar a germinação e o desenvolvimento inicial das plantas. No Alto Uruguai, a situação é semelhante ao Noroeste, com intensificação de semeadura após as chuvas ocorridas. 

Na região de Bagé, continua a implantação de pastagens de inverno, mesmo com o solo seco. Nas demais regiões, as condições de plantio estão melhores devido à normalização das chuvas. As pastagens de inverno já estão sendo utilizadas, apresentando desenvolvimento variado nas regiões em função da temperatura e das últimas chuvas. 

A produção de leite apresenta redução em todo o Estado devido à estiagem, que afetou a produção das pastagens anuais e perenes e atrasou a implantação e o desenvolvimento das pastagens de inverno. A queda na produção de leite chega a 30% e 50% nas regiões de Porto Alegre e Santa Rosa, respectivamente. Há expectativa de aumento da produção em algumas regiões onde a chuva foi mais abundante. O preço do leite tem se mantido estável enquanto os insumos adquiridos para complementar a alimentação continuam elevados. Praticamente todos os produtores de leite estão usando silagem, grãos, farelos e rações para complementar a alimentação dos rebanhos. Os preços do leite variaram entre R$ 0,47 a R$ 1,00. Em todas as regiões a disponibilidade de água é escassa, sendo que em muitos municípios as prefeituras continuam transportando água para as propriedades. 

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