No Seminário Panorama de Energia Eólica no RS, promovido nesta sexta-feira (15/6), a empresa argentina Impsa confirmou a intenção de investir R$ 87,5 milhões em uma planta de aerogeradores no Estado. O anúncio foi feito pelo vice-presidente executivo da empresa, José Luis Menghini. O local da nova fábrica, que vai gerar 350 empregos diretos, ainda não está definido.
De acordo com Menghini, as vantagens logísticas foram decisivas para o projeto de produzir 220 aerogeradores anualmente no Rio Grande do Sul. “Foi a melhor forma de reduzir custos de logística da operação da companhia, pois o Estado conta com incentivos e politicas sólidas de desenvolvimento. O Governo do Estado nos ajudou muito a concluir os nossos estudos”, salientou Menghini.
O seminário foi promovido pela Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) juntamente com a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), em parceria com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e o CanalEnergia, com o objetivo de aprofundar a discussão sobre o potencial eólico no Estado.
Na saudação de abertura do evento, o governador em exercício, Beto Grill, destacou a fatia gaúcha de 10% da geração nacional, o entrosamento com o Governo Federal por meio da Eletrobrás e Eletrosul e propôs que a integração com o Uruguai seja acelerada. “São os mesmos ventos nos dois países”, disse Beto Grill.
O vice-governador explicou o Programa Gaúcho de Estruturação, Investimento e Pesquisa e Energia Eólico, o RS Eólico, aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governador, que articula todas as políticas públicas para a promoção do investimento eólico. “Passamos a ter uma estrutura que favorece a construção e vamos trabalhar nas políticas públicas existentes para atrair investimentos em energia eólica”, acrescentou Beto Grill.
O Secretário da SDPI, Mauro Knijnik, salientou a importância da energia eólica para a Politica Industrial, já que ela é um dos setores estratégicos da chamada Nova Economia. Até 2015, R$ 4,8 bilhões serão investidos na geração deste tipo de energia limpa no Estado. “Queremos ser um player brasileiro e mundial, com base na nossa política de desenvolvimento”, afirmou, acrescentando que a estratégia é atrair fornecedores de equipamentos para os parques eólicos, como a Impsa, cuja negociação para se instalar no Estado passou pela Sala do Investidor.
Knijnik destacou o trabalho feito durante o governo Olívio Dutra (1999-2002), quando a então secretária de Minas e Energia, Dilma Rousseff, com o Mapa Eólico, que catalogou o potencial de geração. “Os ventos são socialmente justos, pois as regiões com a maior potencialidade são as menos favorecidas”, disse o secretário. Já o secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, afirmou que o Estado ambiciona ser o líder em geração no país e está fazendo a lição de casa, por meio da CEEE, para ampliar a participação em leilões futuros. “Vamos crescer de forma perene e tranquila na próxima década”, disse Albuquerque.
Os participantes do seminário tiveram a oportunidade de ouvir o secretário-executivo do Global Wind Energy Council (GWEC), Steve Sawyer, que proferiu a palestra de abertura Panorama Mundial da Energia Eólica. “O Brasil tem com um grande potencial eólico ainda pouco aproveitado e comercializado, mas que conta com empresas e políticas que podem impulsionar o setor”, avaliou Sawyer.
No turno da manhã, foi discutido o cenário da energia eólica no Brasil e no Mundo. Os debatedores falaram sobre Planejamento Energético Brasileiro e a Inserção da Energia Eólica até 2030 (Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética), sobre o Desenvolvimento da Energia Eólica no Brasil (Élbia Melo, presidente executiva da ABeeólica) e sobre a Energia Eólica no RS (Junico Antunes, secretário-adjunto da SDPI).
De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a capacidade avaliada de 143 milhões de MW no Brasil deverá ser ampliada à medida que novas pesquisas forem realizadas. Segundo ele, a energia eólica tem preço baixo, pois os ventos do Brasil são de excelente qualidade, além de a produção ter sido beneficiada por tecnologias cada vez mais eficientes. “O Rio Grande do Sul está disputando com os Estados do Nordeste a liderança no setor”, admitiu.
No evento, a SDPI lançou um livreto promocional em português e inglês para divulgar o potencial de geração em solo gaúcho. Durante a tarde, os temas que serão desenvolvidos irão destacar a energia eólica no Brasil e no Uruguai, com um painel especial focado para a Região Sul. O evento contará, ainda, com blocos voltados para fabricantes de máquinas e equipamentos, bancos e financiamentos e para os desenvolvedores de projetos de parques eólicos.