PIB gaúcho registra queda no primeiro trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul apresentou queda de 1,8% no primeiro trimestre de 2012, em comparação ao igual período de 2011. O indicador integra o conjunto de dados inéditos referentes à economia gaúcha nos primeiros três meses desse ano divulgados nesta segunda-feira (16) na Fundação de Economia e Estatística (FEE).

Segundo os pesquisadores da FEE, a agropecuária foi o setor responsável pela freada no desempenho geral da economia, gerando uma redução de 27,0% na comparação com igual trimestre do ano anterior.

Já a indústria apresentou um crescimento de 0,9%. Entre as atividades do setor, destaca-se a construção civil, com alta de 4,5%, enquanto a indústria de transformação caiu 1,1%, com maus desempenhos nos ramos de veículos automotores (-19,5%), alimentos (-4,9%), fumo (-6,6%) e calçados (-7,6%).

Pelo lado positivo, destacam-se as máquinas e equipamentos (21,4%), refino de petróleo (5,8%), produtos químicos (4,6%) e mobiliário (8,6%). No setor de serviços, todas as atividades apresentaram variação positiva no trimestre.

A apresentação, coordenada pelo economista e pesquisador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, Martinho Lazzari, e pela supervisora do Centro de Informações Estatísticas, Cecília Hoff, abrange ainda o período 2002-2012. Os dados apontam o crescimento do PIB gaúcho em 3,0% no acúmulo de quatro trimestres, sendo que os impostos expandiram-se para 4,3% e o Valor Adicionado Bruto (VAB), 2,8%.

"Setorialmente, a agropecuária caiu 3,2%. A indústria e os serviços apresentaram crescimento, respectivamente de 2,1% e de 4,2%. Comparando-se com o quarto trimestre de 2011, o PIB do primeiro trimestre de 2012 sofreu recuo de 2,2%, na série com ajuste sazonal, apontando novamente a agropecuária como destaque negativo, com queda de 15,9%. Já a indústria apresentou estabilidade, e os serviços, crescimento de 0,6% , afirmou Lazzari.

Para o presidente da FEE, Adalmir Marquetti, a leitura trimestral do PIB do Estado define uma mudança na metodologia de avaliação da FEE, que até então apresentava apenas um resultado anual do PIB do Rio Grande do Sul. A alteração permitirá um acompanhamento contínuo do comportamento do PIB estadual frente aos números nacionais divulgados pelo IBGE a cada trimestre. "É um avanço significativo na nossa capacidade de avaliação. A pesquisa serve para identificar qual o tipo de política econômica que o Estado deve trabalhar para estimular a economia", avaliou Marquetti.

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