O enfrentamento da gripe A depende de uma arma fundamental: informação. E são duas as informações que precisam chegar a todos os gaúchos e gaúchas: 1) a prevenção é essencial para diminuir a circulação do vírus e 2) o tratamento é capaz de evitar o agravamento dos casos, quando feito no início dos sintomas. É preciso mudar a cultura de tratar a gripe em casa com chá e automedicação. Ao sinal de febre, dor de garganta e dor de cabeça, nas articulações, ou muscular, procure atendimento médico.
"E a vacina? Por que não é para todos?" são perguntas que tenho ouvido. No Brasil, a aquisição de vacinas é centralizada pelo Ministério da Saúde, que alega que não há produção suficiente de doses para vacinar todas as pessoas. Nesse contexto, imunizamos as pessoas com mais chances de evoluir para casos graves. Agora, o nosso empenho é para evitar o agravamento de qualquer caso e, para isso, repito: "Prevenção! Tratamento!".
A Organização Mundial da Saúde decretou em 2010 o fim da pandemia e início da fase pós-pandêmica da doença, indicando que o vírus H1N1 se manteria em circulação, apresentando comportamento de vírus sazonal. Portanto, a circulação do vírus não se caracteriza como uma situação atípica no cenário do inverno gaúcho, o H1N1 é agora mais um agente, entre vários, que causam doenças respiratórias agudas. Assim, a prevenção e o tratamento não combatem somente a gripe A, mas também outras doenças que podem levar a complicações.
Quando as notícias sobre a ocorrência de casos graves e, infelizmente, de óbitos surgem, a pergunta que devemos fazer é: esses casos poderiam ser evitados caso o tratamento fosse iniciado a tempo? Na maioria das vezes, a resposta é sim. A orientação da Secretaria Estadual da Saúde é clara aos médicos: toda suspeita de gripe deve ser tratada, antes mesmo da confirmação do tipo de vírus, de preferência nas primeiras 48 horas dos sintomas. O antiviral Oseltamivir, de nome comercial Tamiflu, está disponível em todos os municípios do Estado e pode ser prescrito tanto por médicos do SUS como particulares, com a dispensação gratuita garantida pela rede pública.
E as medidas de prevenção de que falei no início são, na verdade, hábitos simples: lavar as mãos com frequência, especialmente após tossir ou espirrar, utilizar lenço descartável para higiene nasal e cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir, ventilar os ambientes e evitar visitas a hospitais. Os gripados, além de procurar atendimento, devem evitar o convívio social, especialmente locais públicos fechados. Adote essas atitudes, previna-se e pare de espalhar a gripe.
Ciro Simoni
Secretário estadual da Saúde