As indústrias calçadistas gaúchas trabalham com valor agregado como estratégia de crescimento de mercado. É o que se percebe entre as 47 marcas de calçados e acessórios do estande coletivo do Rio Grande do Sul na Couromoda, patrocinado pela Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul (Sebrae/RS). No balanço parcial de vendas, o preço médio dos calçados aumentou significativamente. Enquanto o faturamento das empresas cresceu quase 5%, o volume reduziu em cerca de 27%.
“Em vez de quantidade, temos que trabalhar a qualidade”, afirma a gerente comercial da Paraonda, Cristine Martiny. Segundo ela, o futuro do setor calçadista está nas pequenas empresas que agregam valor ao calçado. E é essa a proposta da marca de Feliz, que confecciona calçados femininos. “O cliente é fiel quando somos fieis a ele, e isso vai desde a criação, passa pela produção, venda e pós venda”, assegura.
A movimentação no espaço da Paraonda ontem e no primeiro dia da Couromoda reflete que o trabalho está no caminho certo. De acordo com Cristine, aumentou o número de visitantes em relação à edição de 2012. “Além de os lojistas reconhecerem nossa qualidade, muitos não fizeram compras no final de ano e agora vêm buscar as novidades”, conta a gerente, destacando que espera um crescimento de 2% no faturamento deste ano e a manutenção de 10 mil pares/mês na produção.
Focada na classe A, a grife de calçados, acessórios e confecção Claudia Martinez, de Novo Hamburgo, apresenta materiais exóticos e couros nobres, como o píton. Há dez anos no mercado, a empresa sempre produziu para o mesmo segmento de mercado. “Desenvolvo produtos e somente depois penso no custo”, diz a proprietária Claudia Martinez. Segundo ela, essa estratégia não serve para todas as pequenas empresas. “O valor agregado é solução, mas depende do nicho”, avalia Claudia.
Com capacidade para fabricar até mil pares/mês, a Claudia Martinez vem mudando seu posicionamento no mercado. Há dois anos, grande parte da fabricação saía da empresa com marca de terceiros e agora o foco é a marca própria e somente parte no sistema private label. “Para reforçar meu posicionamento no mercado, o subsídio da SDPI e do Sebrae/RS foram fundamentais”, destaca a empresária. “Mais do que importante, esse apoio foi fundamental para estarmos na Couromoda.” A 40ª edição a Couromoda – Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro – vai até 17 de janeiro, no Pavilhão do Anhembi.