O médico Fabrício Valandro Rech, responsável técnico pelo Instituto de Medicina Hiperbárica que funciona dentro do Hospital do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) disponibilizou o tratamento para os feridos no incêndio da boate Kiss. “Neste tipo de tragédia o que mais acontece é intoxicação por fumaça de monóxido de carbono e gases que se ligam a células de hemoglobina e bloqueiam o transporte de oxigênio. Com a utilização da câmara hiperbárica, se consegue através de uma pressão maior do que a atmosférica, diluir uma quantidade muito grande oxigênio no sangue do corpo da pessoa atingida por intoxicação. Com isso se consegue oxigenar os tecidos até que haja a liberação das moléculas tóxicas ligadas à hemoglobina para que a pessoa consiga recuperar a capacidade de distribuição de oxigênio normal”, explicou.
O equipamento também é indicado para tratar queimaduras extensas, principalmente de segundo e terceiro grau, assim como lesões em áreas nobres do corpo como face, mãos, pés e períneo. Além de Passo Fundo, há câmaras hiperbáricas em Porto alegre, Caxias do Sul, Rio Grande e Erechim, porém as outras cidades não tem ambiente próprio ao suporte hospitalar. “Sendo que dentro do corpo de um hospital geral e com ligação direta à UTI e todas as unidades, o único equipamento que dá este tipo de suporte é o que está instalado dentro do Hospital IOT”, contou. Eventuais contatos para o tratamento devem ser feitos através dos próprios médicos que já estão cuidando dos pacientes. “Assim que houver necessidade e indicação já conversamos com os diretores do hospital e temos quatro leitos de UTI disponíveis, mais os leitos de internação, para tentar colaborar para diminuir as sequelas e recuperar o mais breve possível as vítimas desta tragédia”, prometeu.