“Esse material não é utilizado no primeiro atendimento. Geralmente, ele é usado até quatro dias depois, de acordo com a evolução do quadro, é como uma cirurgia plástica. Aqui no Brasil, temos reserva nos bancos de pele no Rio Grande do Sul, em São Paulo e Pernambuco. Tivemos contato prévio com os da Argentina, do Uruguai e Peru, que serão trazidos para cá se for necessário”, disse Padilha.
Segundo ele, cerca de 20% das vítimas do incêndio internadas nos hospitais têm grandes queimaduras, que exigem cuidados mais delicados. Apesar de eles representarem minoria, o ministro receia que algumas pessoas que não estão necessitando da ajuda de aparelhos para respirar possam ter o quadro clínico agravado nos próximos dias.
Durante a madrugada, 39 pacientes foram removidos para o centro de referência no tratamento de queimados em Porto Alegre e outros devem sair de Santa Maria para a capital gaúcha agora de manhã. O que o governo quer é garantir reserva de vagas nas unidades de terapia intensiva em Santa Maria.
“Temos uma boa estrutura de leitos de UTI na cidade, ontem havíamos removido os poucos pacientes que tinham quadro de grandes queimados, mas queremos manter a possibilidade de ter leitos vagos de retaguarda aqui em Santa Maria. Porque pode haver a evolução de alguns pacientes internados e que não estão em ventilação mecânica ainda, mas que podem evoluir”, avaliou Padilha.
O ministro alertou que existe um efeito tardio da fumaça inalada pelas pessoas que estavam na boate. Segundo ele, essas pessoas podem não ter apresentado sintomas no primeiro momento, mas podem se sentir mal em até quatro dias. “É um quadro de tosse e falta de ar, que chamamos de pneumonite química, que pode se desenvolver até três dias depois”, explicou.