Nenhuma das pessoas ouvidas até o momento – inclusive os presos temporariamente – pelo delegado da Polícia Civil de Santa Maria, Marcelo Arigony, assumiu ter usado um sinalizador dentro da Boate Kiss, onde um incêndio matou mais de 230 pessoas na madrugada de domingo (27). De acordo com Arigony, até o momento, a investigação aponta que o incêndio começou em decorrência do uso de um sinalizador e as portas da casa noturna não eram adequadas para saída em massa das pessoas. As apurações preliminares indicam que foram usados três sinalizadores durante a festa: dois no chão e um no alto, virado em direção ao teto.
“Ninguém assumiu ter soltado o sinalizador. [Nos depoimentos, uma pessoa] falou [quem acendeu o artefato], mas nós não vamos adiantar isso ainda. Se temos quatro pessoas segregadas, é porque temos algum fundamento para isso”, disse o delegado.
O delegado ressaltou que existem dois tipos de sinalizadores, sendo um deles, o de fogo frio, que pode ser usado em ambientes fechados. “Se esse fato, que nos parece temerário, de ter jogado um sinalizador dentro de uma boate, que nos parece absurdo, pode ser um elemento desse de fogo frio e a nossa ideia preliminar de que a pessoa tinha agido de forma temerária, pode ser desmontada”.
De acordo Arigony, a polícia já ouviu mais de 20 pessoas, cumpriu mandados de busca e apreensão e prendeu provisoriamente quatro pessoas. “Não sabemos se haverá mais prisões. Não investigamos pessoas [fatos]. Vamos esclarecer tudo e os responsáveis terão a sua responsabilização”.
“Vamos fazer tudo que for preciso, reconstituição, levantamentos, plantas, já estamos fazendo. Estamos fazendo uma perícia intensa, vamos manter o local isolado, se preciso por um mês inteiro”, destacou.
Agência Brasil