Nesta terça-feira, 14, o Ministério Público recebeu o resultado da análise realizada na água coletada em um poço artesiano de uma propriedade rural de Ibirubá durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão em 8 de maio, na Operação Leite Compen$ado. Conforme o laudo, emitido pelo laboratório de análises físico-químicas e microbiológicas da Univates, foi constatada a presença de coliformes fecais, bem como a ausência de cloro, o que significa que a água não era própria para consumo humano. Segundo o Promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, “ocorreu uma dupla fraude, porque, além das substâncias como ureia e formol, a água utilizada também era imprópria para o consumo”.
Controle de Qualidade
Também nesta terça-feira, ocorreu a primeira audiência entre a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor e a indústria VRS, responsável pelas marcas Latvida, Só Milk, Roman e Goolak para ouvir esclarecimentos. Foi deferido prazo de 20 dias à empresa para se manifestar a respeito das propostas apresentadas, como maior controle da atividade dos transportadores e dos produtores, bem como do leite cru que chegar à indústria, além da comprovação da calibragem periódica dos equipamentos utilizados no laboratório de análise do produto e a ampliação dos testes para detecção de fraudes.
A reunião foi um início das tratativas para a possível assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que deve prever também indenização por dano moral coletivo e ressarcimento aos consumidores que possuem unidades dos lotes contaminados ainda em casa ou a nota de compra. Ainda segundo o Promotor de Justiça que presidiu o encontro, a empresa apresentou documentação dizendo que as condições de higiene que motivaram a interdição da empresa foram sanadas. No entanto, uma nova vistoria deverá ser realizada pela Secretaria Estadual da Agricultura.
Nos próximos dias, as indústrias responsáveis pelas marcas Italac, Líder e Mumu serão chamadas para outras audiências.
Fonte: Ministério Público