Ato simbólico marca fim dos pedágios na Serra

Praças começam a ser administradas pela EGR. Pendências judiciais inviabilizam a retomada de outros pedágios

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Buzinaços, foguetórios e discursos de entidades representativas da sociedade da Serra marcaram o ato simbólico de extinção da praça de pedágios de Farroupilha, na ERS-122, nesta sexta-feira (31). Acompanhado de deputados, secretários de Estado e prefeitos da região, o governador Tarso Genro confirmou o encerramento da cobrança de tarifas naquela praça - que pertencia ao polo de Caxias do Sul - e classificou o fim do pedágio como um momento histórico para o Estado. Tarso reiterou que o fim do pedágio na ERS-122 é uma conquista do Estado e da recuperação das funções públicas. O chefe do Executivo afirmou que o ato consolida o resgate do direito de ir e vir dos cidadãos da Serra, destacou os reflexos na economia local e garantiu que o Executivo vai manter os serviços prestados aos usuários. 

Em média, por ano, a concessionária que explorava aquela praça arrecadava R$ 52 milhões. "Aqui tem um símbolo muito concreto do que significa esses R$ 52 milhões que vão começar a girar na economia microrregional, pois as pessoas vão comprar carne, sapato, roupa, tomar uma cervejinha. Este dinheiro vai ser disseminado na economia".
Ao ressaltar as conversas com o Governo Federal sobre o futuro das praças localizadas em estradas federais, Tarso afirmou que os pedágios serão extintos nesses locais. "A União, junto com o Governo do Estado, vai avaliar se é necessário ou não repor esses pedágios mais tarde, dentro de um sistema integrado. Em relação aos demais pedágios do RS, nós fizemos rebaixamento de preço que equivale, mais ou menos, à metade do que vinha sendo cobrado, porque nós não computamos a inflação desse período e baixamos de 25% a 30%. Isso significa mais dinheiro circulando nas regiões". 

O prefeito de Farroupilha, Claiton Gonçalves, afirmou que o fim do pedágio provocará reflexos positivos na economia da cidade. "Foram 15 anos de atraso, a praça impactou no desenvolvimento da cidade. Agora poderemos crescer muito a partir da abertura deste importante polo de passagem, que é a ligação entre Caxias do Sul e Farroupilha. É uma distância muito pequena com um preço muito alto; as pessoas fugiam deste local e procuravam novas rotas."

Decisão irreversível 
Mesmo com o levantamento antecipado das cancelas pelas concessionárias durante a madrugada, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, disse que não houve frustração por parte do Executivo e destacou a importância do cumprimento do programa de Governo. "É uma conquista da população gaúcha, em particular da Serra, que há muito tempo reivindica a extinção desse pedágio. É um símbolo muito forte de um novo modelo de pedágio que nós estamos construindo no Estado". 

Pestana elogiou o trabalho da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). "Temos a convicção de que esta decisão é irreversível. Vamos começar, agora, através da EGR, a implementar este modelo em todo Estado, uma vez que nas outras praças teremos redução de valores e um serviço de melhor qualidade. Estamos bastante satisfeitos, mas a maior alegria é dessa população que passa buzinando, se solidarizando e apoiando essa opção política do governo, que felizmente no dia de hoje se concretiza".

Liminares e rodovias 
Com a derrubada das liminares que sustentavam os serviços das concessionárias dos polos Caxias do Sul e Lajeado, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) passará a administrar três praças localizadas em Lajeado: uma na RS-130 e duas na RST-453. Outras três localizadas na BR-386 serão extintas e devolvidas à União. No polo de Caxias, a EGR assume uma praça, na RS-122, e o Governo Federal, duas: ambas na BR-116. Provisoriamente, as instalações dos pedágios de Farroupilha ficarão sob a responsabilidade da Brigada Militar. 

O presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto reiterou a importância do ato. "A extinção desse pedágio representa a concretização de um sonho que há muito a comunidade da região reivindica, que o governador prometeu na campanha, e trabalhou para que a gente cumprisse os contratos e pudesse fazer todo o trabalho de retomar essas estradas. Hoje é o momento inicial dessa retomada. A partir de agora o governo volta a ser o responsável por essas estradas". 

Bertotto explicou que a EGR vai cuidar de parte das estradas. "O restante ficará com o Daer e o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), que vão fazer a conservação. Mas o marco é de que aquilo que o governador tinha prometido, aquilo que se trabalhou durante esses dois anos e meio de governo, pode se concretizar e mostrar à população que havia um erro aqui de concepção, de como cuidar de uma rodovia". 

Integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Cdes), Claudir Nespolo ressaltou que o fim do pedágio na região é um momento histórico e marca uma nova fase para a comunidade. "Encerramos aqui um câncer que drenou parte da produtividade do RS nos últimos 15 anos. Foi difícil, mas até que enfim a Justiça se sensibilizou. O governador tinha razão em enfrentar esse problema".

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