O governador Tarso Genro anunciou, nesta sexta-feira (21), uma proposta de implantação do passe livre estudantil nas regiões metropolitanas. O comunicado foi feito em entrevista coletiva realizada no Palácio Piratini, na qual o chefe do Executivo analisou as manifestações realizadas na última quinta, que reuniram, só no Estado, cerca de 90 mil pessoas, segundo balanço da Brigada Militar.
"Eu, como governador do Rio Grande do Sul, me coloco à disposição para ser o porta-voz deste movimento pelo passe livre estudantil em nível nacional", informou Tarso, após reunião no Palácio Piratini com lideranças políticas, sociais e sindicais do Estado, que auxiliarão, junto com representantes do movimento que luta por melhorias no transporte público, na formatação da proposta.
O governador orientou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Cdes-RS) a coordenar a formulação da proposta, apontando, sobretudo, suas fontes de financiamento. O Conselhão gaúcho se reunirá com técnicos do Governo do Estado na próxima quarta (26), às 14h30, para encaminhar a elaboração do projeto.
Reforma política
O governador analisou, também, as manifestações sociais que estão ocorrendo em todo o país. "Um partido não é um mal nem um bem, mas o que se faz dele. O que faz a realidade é o que ser humano faz dessas instituições". Segundo Tarso, a reforma política é uma das pautas que motivam a mobilização popular. "O financiamento privado em campanhas eleitorais é uma forma de viabilizar a corrupção. Quem quer combatê-la deve lutar pela reforma política", disse. "Começar a debater a reforma política é um dever de todo democrata".
O governador fez um balanço da atuação da Brigada Militar nos protestos ocorridos no RS: "Nenhuma operação é perfeita, ainda mais em momentos conturbados como esses, mas a atuação da Brigada Militar foi eficaz e responsável e seguiu nossa orientação de proteção às pessoas". Uma estrutura de participação da sociedade, presencial e virtual, será criada via decreto nos próximos dias, com o objetivo de analisar as condutas policiais. A ferramenta funcionará junto à corregedoria da Secretaria da Segurança Pública e possibilitará a participação de pessoas que queiram contatar o Estado, via internet, de forma anônima.
