Médicos e estudantes de Medicina do Rio Grande do Sul aprovaram indicativo de greve geral da categoria no Brasil. A data da paralisação seguirá orientação das entidades médicas nacionais. Antes disso, no dia 16 (próxima terça-feira), ocorrerá uma passeata a partir das 15h, com saída em frente do Museu de Medicina (prédio histórico da Beneficência), em Porto Alegre, rumo à prefeitura. O foco do protesto será o prefeito José Fortunati, que lidera como presidente da Frente Nacional de Prefeitos o apoio à vinda de médicos formados no Exterior e ampliação de dois anos na formação de Medicina. As mobilizações exigirão mais investimentos do governo para melhoria da saúde pública do País e alertarão para a ineficácia do programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal.
As manifestações foram aprovadas em assembleia estadual, na noite desta quarta (10), na Capital gaúcha, que lotou o teatro da Associação Médica (Amrigs), somado mais 700 presentes. Além disso, a transmissão ao vivo da plenária, pela Internet, registrou 1,7 mil acessos em mais de duas horas do evento. As ações são comandadas por Sindicato Médico do RS (SIMERS), Conselho Regional de Medicina (Cremers), Associação Médica do RS (Amrigs), Associação dos Médicos Residentes do RS (AMERERS) e centros acadêmicos das faculdades de Medicina.
O movimento convidará a população e entidades civis que lutam pela saúde pública e não suportam mais as deficiências (de falta de leitos, demora por consultas, exames e cirurgias e outros tipos de cuidados) a participar. “Esta mobilização é dos médicos, dos estudantes de Medicina e de todos os brasileiros que desejam uma saúde digna, sem falsas promessas e programas que não resolvem os problemas crônicos do SUS”, destaca o presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes.
“O único mérito da presidente Dilma foi ter unido toda a classe médica”, valorizou o presidente da Amrigs, Dirceu Rodrigues. O vice-presidente Cremers, Fernando Matos, comunicou que as entidades nacionais (CFM, Fenam e AMB) vão ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra vários itens que estão na Medida Provisória (MP), que contempla desde facilidades para formados fora do País (principalmente brasileiros que não conseguem reconhecer por meio da lei vigente seu diploma) e aumenta o tempo dos cursos de Medicina de seis para oito anos.
A assembleia aprovou a criação de um portal na internet para virar a fonte principal de informações sobre as condições do atendimento em postos, serviços de emergência e hospitais do SUS. Pelo site, as pessoas poderão enviar denúncias da precariedade do sistema, tanto de infraestrutura como de gestão. Os profissionais e estudantes passarão a mostrar a pacientes e à comunidade que estão todos do mesmo lado, em busca de uma saúde pública de qualidade.