A consulta pública sobre reforma política do Governo do Estado está entrando na última semana. Disponível no site do Gabinete Digital desde o dia 3 de julho, conta com mais de 75 mil votos (até a noite de sexta-feira, 12) em 243 ideias, sendo nove cadastradas pelo governo e o restante pelos usuários. Até o dia 19 de julho, é possível votar nas alternativas existentes ou enviar novas sugestões pelo endereço gabinetedigital.rs.gov.br.
Durante os dias da consulta, uma van percorre pontos estratégicos de Porto Alegre e Canoas permitindo que cidadãos participem por meio de tablets. Entre os locais previstos para os próximos dias, estão a Usina do Gasômetro, o Parque Farroupilha, a Esquina Democrática e a Rodoviária da capital.
Entre as alternativas com mais pontos, estão os anseios por mais participação, fim do voto secreto no Congresso e Orçamento Participativo em nível nacional. As prioridades definidas na consulta serão sistematizadas e entregues à bancada gaúcha do Congresso Nacional pelo governador Tarso Genro em 22 de julho.
O governador Tarso Genro, no lançamento da consulta pública, disse que a motivação do movimento que tomou as ruas é a crise da representação, o que leva à necessidade de os representantes terem que se relegitimar todos os dias. A primeira tarefa, segundo Tarso, é devolver a efetividade da política, voltar para o povo, reconhecendo o poder constituinte originário que ele tem. "Como se devolve o poder constituinte ao povo? Perguntando para a população, como vamos fazer aqui", afirmou, ao referir-se à consulta pública.
Metodologia
A consulta é constituída de duas perguntas. A primeira, sobre como deve ser feita a reforma política no Brasil, oferece como opções de resposta a realização pelo Congresso atual ou a criação de uma Câmara Constituinte exclusiva. Ao respondê-la, o usuário é encaminhado à segunda questão, que busca identificar quais devem ser as prioridades da reforma. Uma lista de alternativas é disponibilizada, sendo duas a cada vez, para que o participante escolha qual ele acha mais importante. Após clicar na preferida, surge um novo par de propostas, e assim sucessivamente. É possível ver quais questões estão cadastradas e sua pontuação na página da consulta.
A metodologia, desenvolvida pela universidade de Princeton, nos Estados Unidos, garante que a consulta não seja manipulada por softwares criados para votar repetidamente na mesma questão, já que as alternativas são confrontadas de forma aleatória. As propostas adicionadas partem de 50 pontos, que aumentam quando ela ganha de outras ideias e são subtraídos quando ela perde.
Fonte: Portal do Estado do Rio Grande do Sul