Uma nova rodada de negociações entre a Secretaria Estadual da Segurança Pública, o Comando-Geral da Brigada Militar e as direções de Grêmio e do Internacional ocorreu nesta quarta-feira (11). O objetivo foi debater a segurança nos estádios.
O secretário da Segurança, Airton Michels, afirmou que a intenção é retirar o policiamento militar dos jogos de futebol. "A proposta é que a Brigada Militar não atue mais na segurança interna dos estádios", disse. "No entanto, é uma construção longa que temos que fazer", ressaltou.
O comandante-geral da BM, Fábio Duarte Fernandes, disse que está em avaliação a minuta para um projeto de lei que o Governo pretende encaminhar à Assembleia, para que os clubes disponham de agentes de segurança nos estádios ou firmem convênio com a Corporação para o ressarcimento do custeio do policiamento militar nos jogos. "O Estado gastou R$ 8 milhões com o futebol no Rio Grande do Sul em 2012.
Precisamos que os clubes apontem alternativas para este custeio", disse Fernandes.
Ele entende que a Federação Gaúcha de Futebol deve ser inserida no debate, pois se os grandes clubes alegam que é difícil arcar com os custos da segurança, a dificuldade se amplia nas agremiações menores.
Clubes
Os presidentes do Grêmio, Fábio Koff, e do Internacional, Giovanni Luigi, se posicionaram contrários à saída da Brigada Militar dos estádios pela qualidade do serviço prestado. Também justificam que o pagamento de segurança privada implicará em elevação do valor dos ingressos para os jogos, elitizando o futebol. "A Brigada Militar é preparada para esse trabalho e a farda impõe respeito aos torcedores. Além disso, não vejo empresa com qualidade suficiente para substituir a Brigada nos estádios", declarou Giovanni Luigi. A manifestação de Fábio Koff foi na mesma linha. "Se já temos problemas com a presença da Brigada Militar, não sei o que será sem os policiais", falou Koff.
Ao final da reunião, ficou decidido um novo debate dentro de até 15 dias e a Federação Gaúcha de Futebol também será convidada. A Brigada Militar deverá apresentar um esboço dos custos que tem com o policiamento nos estádios, de acordo com o porte do evento e os serviços disponibilizados em cada ocasião.
A segurança e a violência nos estádios também será debatida em audiência pública na segunda-feira (16), às 14h30min, na Assembleia Legislativa, promovida pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos do Parlamento, com apoio do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Cdes-RS).
Segurança nos estádios é debatida com clubes
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