FIERGS aponta perda de competitividade com mínimo regional

Em caso de reajuste, entidades empresariais sugerem índice de 5,3%

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Para a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, a proposta de reajuste encaminhada à Assembleia Legislativa pelo governo do Estado com índice bem acima dos 5,3% proposto pelas federações empresariais – FIERGS, Farsul, Fecomércio, Federasul e da FCDL – reduz a competitividade do setor produtivo gaúcho, tanto em relação ao mercado interno quanto externo. “O aumento artificial do piso regional vai complicar ainda mais a nossa economia. O índice contamina negociações de todas as categorias, criando uma irrealidade que não se traduz em poder de compra para os trabalhadores, uma vez que diminui a competitividade das empresas e impulsiona a inflação”, afirmou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller. “É preciso entender que se dinamizar a economia fosse algo simples, no sentido de que apenas elevar o salário resolveria todos os problemas, não haveria, no mundo todo, nenhuma região pobre”, completou. 

Os líderes empresariais defendem que não há mais necessidade de existir o mínimo regional. De acordo com o presidente da FIERGS, todos os cinco Estados que mantêm esse piso apresentaram menor crescimento do emprego formal no período de 2000 a 2012, comparativamente aos que não instituíram. Nas indústrias do Rio Grande do Sul intensivas em mão de obra, o emprego formal cresceu 6%, enquanto a média dos Estados sem o mínimo regional atingiu 49,9% no mesmo período. “Dessa forma, o piso tem prejudicado a criação de emprego para os trabalhadores menos qualificados”, salientou Müller. “O projeto enviado pelo Executivo para a Assembleia Legislativa traz, portanto, uma proposta irreal, que apenas levará à repetição de uma medida que atrasa o desenvolvimento estadual”.

O índice de 5,3% sugerido pelas federações empresariais tem como base o INPC (nacional), calculado no intervalo entre fevereiro deste ano e o mês anterior à data-base de alteração. Os empresários também aguardam a manutenção da data prevista de 1º de fevereiro para a incidência do reajuste. Para fins de comparação, desde 2008 o piso regional terá sido aumentado em 81,8%. “São poucas as empresas que conseguem se manter competitivas com tamanha elevação de custos”, argumentou Müller, destacando que a indústria gaúcha ainda não conseguiu alcançar o nível de setembro de 2008. “Portanto, anda de lado há pelo menos cinco anos. E na comparação entre setembro de 2013 e o mesmo mês do ano passado, o setor fabril teve queda de 4,2%”, lamentou. Se somam a essas dificuldades, lembrou ele, as deficiências nas áreas de educação e infraestrutura no Estado.

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