Consolidação de arranjos produtivos navais marca o ano de 2013 no RS Indústria Oceânica

Estado abocanha mais de 30% das encomendas da Petrobras

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A consolidação de dois Arranjos Produtivos Locais (APLs) navais é um dos principais resultados do programa RS Indústria Oceânica em 2013. O balanço das ações do ano foi comemorado na última reunião da secretaria executiva do programa, na sexta-feira (29), no auditório do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Implantados no âmbito do Projeto de Fortalecimento dos APLs, coordenado pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), os APLs Polo Naval e Offshore do Rio Grande e Entorno e Polo Naval do Jacuí foram selecionados para receber apoio do Governo do Estado. A aglomeração de Rio Grande – na qual 14 projetos são geridos – passou a receber também o apoio do Governo Federal.  “A articulação entre as empresas atuantes na indústria oceânica gaúcha exemplifica a maturidade desse setor estratégico da Política Industrial, que neste ano consolidou sua estratégia de desenvolvimento ao longo da hidrovia do Rio Grande do Sul”, afirmou o vice-presidente da AGDI, Aloísio Nóbrega. 

Ações focadas em qualificação profissional também foram priorizadas em 2013. A mais recente delas é o curso de formação de soldadores para empresas do Polo Naval do Jacuí. Resultado de uma articulação entre Governo do Estado, as empresas BG Brasil, Iesa Óleo & Gás e Metasa, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e prefeitura de Charqueadas, os cursos beneficiarão na primeira fase 84 alunos de Charqueadas. Grande parte deles são profissionais que já atuam na Iesa e na Metasa e que necessitam dessa qualificação. Em 2014, o número de estudantes pode chegar a 500. 

A iniciativa no Jacuí replica o modelo já empregado em Rio Grande, onde desde 2011 foram disponibilizadas 415 vagas em cursos para a indústria naval, também em parceria com a BG Brasil, principal sócia da Petrobras no pré-sal. Somente neste ano, a empresa está investindo R$ 1,5 milhão em todos os programas que desenvolve no município.

“A inovação desse programa é tratar o público-alvo como 'aluno-empresa', partindo das necessidades concretas das companhias para a criação dos cursos, e não a oferta de formações padronizadas, e com isso ampliando a contratação dos egressos”, explica Nóbrega, que iniciou as negociações com a BG durante a feira Offshore Europe, em Aberdeen (Escócia), em 2011. 

Mapeamento de fornecedores

Outro destaque são as iniciativas para adensamento da cadeia de fornecedores. Atualmente, 80 das 100 empresas que participam do Mapeamento de Competências Industriais de Empresas para o Mercado de Petróleo & Gás, Naval e Offshore do Rio Grande do Sul já passaram pelo levantamento. Até março de 2014, a coleta de dados deve estar concluída, assim como a compilação e a análise dos resultados.

O mapeamento é uma iniciativa da AGDI, com Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e Federação das Indústrias do RS (Fiergs), e foca nos setores metalmecânico, eletroeletrônico e de polímeros. O objetivo é conhecer processos produtivos, tecnologias e competências industriais das empresas que tenham interesse em ingressar na cadeia de fornecimento de petróleo e gás. O estudo também facilita a aproximação com empresas estrangeiras para a formação de joint-ventures. 

Eventos específicos de indústria oceânica – como a Feira do Polo Naval, em março, e a segunda edição da rodada de negócios Supply Day, em agosto – são outras ações realizadas em 2013. Também se destacam as missões nacionais e internacionais com objetivo de atrair novos investimentos para o Estado – completando lacunas produtivas – e gerar negócios para as empresas já instaladas em território gaúcho. Nesse aspecto, destacam-se a participação na Offshore Technology Conference (OTC), em Houston (EUA), e na Offshore Europe, em Aberdeen (Escócia), além de missões para países como Canadá, França e Alemanha. 

O Estado abocanha mais de 30% das encomendas da Petrobras, tendo entregue em 2013 as plataformas P-55, P-58 e P-63. Atualmente, a carteira de encomendas soma US$ 7 bilhões, incluindo as plataformas P-74 – primeiro projeto do EBR em São José do Norte –, P-75 e P-77 – a serem construídas pelo estaleiro Honório Bicalho –, além de oito cascos replicantes e três sondas.

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