Rio Grande do Sul terá estratégia inédita no combate a aids

Campeão de casos no país, portadores gaúchos com testes positivos de HIV receberão os medicamentos antirretrovirais mesmo antes de apresentarem comprometimento do sistema imunológico

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O novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde (MS) neste domingo (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, mais uma vez coloca o Rio Grande do Sul em primeiro no ranking dos Estados com maior incidência de aids no país, posição que ocupa há sete anos. Em 2012, foram 4.458 novas notificações, o que representa 41,4 casos por 100 mil habitantes, taxa que é mais do dobro da nacional (20,2). Esse panorama levou a Secretaria Estadual da Saúde (SES) a firmar um acordo inédito com o (MS) que trará para o Estado algumas medidas emergenciais para o combate à doença.

O termo de cooperação técnica foi assinado na manhã deste domingo (1º) em uma solenidade que ligou, através de videoconferência, Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde estavam presentes, respectivamente, o secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A principal é a distribuição de medicamentos antirretrovirais a públicos prioritários de pessoas não portadoras do HIV mas que apresentam riscos elevados de infecção, como homens que fazem sexo com outros homens, gays, profissionais do sexo, entre outros. 

Novidades no tratamento

Do evento no Rio de Janeiro, o ministro Alexandre Padilha anunciou o novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e aids pelo SUS em todo o país. A principal medida é a indicação de medicamentos antirretrovirais a adultos com testes positivos de HIV, mesmo antes de apresentarem comprometimento do sistema imunológico. Com isso, somente no Rio Grande do Sul, estima-se que até 12 mil pessoas possam se somar às atuais 29,7 mil que já passam por tratamento no Estado. A oferta dos medicamentos a esse público traz, além da melhoria da qualidade de vida, uma redução na transmissão do vírus, já que a pessoa em tratamento tem a sua carga viral diminuída, reduzindo a propagação do HIV.

Além disso, com o Rio Grande do Sul, foi feito o acordo para um estudo inédito sobre uma nova estratégia de tratamento e prevenção. A ideia é introduzir - nos Serviços de Assistência Especializada (SAE) e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) - a Profilaxia Pré-Exposição (PREP) e expandir para a atenção básica a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que já é oferecida desde 2010 nos SAE. O estudo terá o prazo de um ano e deve começar no primeiro trimestre de 2014. A PREP será usada como estratégia de intervenção para a prevenção da transmissão entre populações prioritárias - homens que fazem sexo com outros homens, gays, profissionais do sexo, travestis, transexuais, pessoas que usam drogas, pessoas privadas de liberdade e em situação de rua.

A já existente Profilaxia Pós-Exposição é uma medida que consiste no início do uso de antirretrovirais até 72 horas decorridas de uma provável exposição ao vírus HIV. Atualmente ela é  utilizada basicamente um duas situações: em caso de risco de contaminação de profissionais de saúde na atividade laboral (devido a acidentes); e em casos de relações sexuais quando ocorre falha nas medidas de prevenção (a partir de uma avaliação médica).

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