Regime de chuvas amenizou déficit de água das culturas de verão

As chuvas favoreceram o armazenamento de água no solo

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O Centro Estadual de Meteorologia (CemetRS), órgão ligado à Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), divulgou nesta sexta-feira, 17, um boletim semanal especial sobre a situação das principais culturas de primavera-verão do Rio Grande do Sul, depois das chuvas que ocorreram no Estado durante os últimos dias.

De acordo com o documento, as chuvas favoreceram o armazenamento de água no solo e amenizaram eventual déficit hídrico nas lavouras de primavera-verão em todo Estado. No entanto, o CemetRS alerta para as culturas de frutíferas de clima temperado, como videiras, macieiras e ameixeiras, cujos frutos se encontram na etapa de maturação e colheita na Serra Gaúcha: as precipitações frequentes e as altas temperaturas do ar podem ter favorecido a ocorrência de doenças fúngicas. 

Videiras
A região da Serra iniciou a colheita das uvas superprecoces para processamento de vinho e espumantes, como a Chardonnay e a Pinot Noir. De modo geral, as precipitações pluviais, quando ocorrem no período de maturação, intensificam o desenvolvimento de doenças fúngicas, especialmente podridões dos cachos e, em algumas cultivares, podem provocar rachadura das bagas em videiras. Como consequência, o teor de açúcar reduz e a acidez aumenta, diminuindo a qualidade das uvas de mesa e das destinadas à elaboração de sucos e vinhos.

Na Serra Gaúcha, a formação de neblina no período da manhã prolonga o molhamento foliar e intensifica as condições favoráveis ao desenvolvimento dos fungos que podem ocasionar perdas para este tipo de cultura. O Boletim Especial indica a adoção de medidas de manejo da copa, tais como poda verde, desbrote e desfolha, para diminuir o vigor vegetativo da planta, favorecer a circulação de ar e reduzir o molhamento dos cachos. 

Milho
Com o retorno das chuvas e consequente aumento da umidade no solo, foi possível quantificar as perdas da cultura devido à pequena estiagem ocorrida durante o mês de dezembro, devendo manter a expectativa inicial de rendimento de 4.912 kg por hectare. Apenas casos pontuais experimentaram prejuízos mais acentuados, principalmente em áreas no entorno de Ijuí e Passo Fundo. 

Soja
Segundo a Emater-RS/ASCAR,a cultura da soja apresentou rápida recuperação do crescimento nos últimos dias, com aumento da emissão de ramos laterais, o que pode contribuir para atingir as perspectivas de produtividade iniciais. Os produtores têm intensificado a aplicação de fungicidas e inseticidas, além do controle de ervas. Observação da Emater aponta que, após as chuvas, houve um ligeiro aumento no surto de lagartas, mas sem registros de ocorrência de Helicoverpa armigera. 

Feijão
Apesar de ter passado por um período de escassez de chuvas, a cultura do feijão deverá manter a produtividade inicialmente esperada para o Estado, que é de 1.260 kg/ha. As condições climáticas voltaram a ser favoráveis à cultura, que evolui com bom padrão e sem problemas fitossanitários, embora em algumas áreas os danos causados pela falta de umidade sejam irreversíveis. A colheita está ligeiramente atrasada em relação à média histórica que é de 46%, em decorrência de problemas climáticos que atrasaram a fase de plantio. 

Arroz
A cultura do arroz tem se beneficiado das condições meteorológicas dos últimos períodos, com alta disponibilidade de radiação e altas temperaturas, que favorecem o desenvolvimento vegetativo da cultura. Essas condições fizeram com que as lavouras também acelerassem o processo de floração que atinge 22% das lavouras, enquanto 13% das áreas encontram-se em fase de enchimento de grãos. De acordo com a Emater, não há registros de infestações de pragas e moléstias, ocorrendo apenas alguns casos pontuais de ataque de percevejos e lagartas que já foram controlados, sem maiores prejuízos. 

Forrageiras
As chuvas ocorridas no decorrer da semana permitiram uma boa retomada do crescimento das pastagens nativas na maioria das áreas, possibilitando boas condições de pastejo. Para as pastagens cultivadas, o atraso no plantio principalmente de milheto e sorgo forrageiro devem restringir o potencial de produção, reduzindo o número de pastejos possíveis em algumas áreas do Estado. O aumento da umidade de solo também permitiu a semeadura de lavouras de milho, visando à produção de silagem na zona Sul do Estado. 

Com informações da Agência Brasil

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