As alternativas e obstáculos no processo de democratização motivaram a mesa de debates "Contra o capital, democracia real" do Fórum Social Temático, nesta sexta-feira (24), no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa. O governador Tarso Genro e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foram alguns dos debatedores. "Defendo que uma verdadeira reforma do Estado no Brasil é um processo de combinação da democracia representativa estável e institucionalizada, com a participação direta da cidadania, não só para controlar o Estado, mas também para produzir políticas públicas em conjunto com o Estado", ressaltou o governador. Tarso lembrou os vários mecanismos aplicados no Rio Grande do Sul, pelo Governo do Estado, através do Sistema de Participação Popular, como a Consulta Popular, o Orçamento Participativo, o Conselhão e o Gabinete Digital.
O ministro Gilberto Carvalho fez uma relação das mudanças causadas no processo democrático graças a entrada de um grande parcela da população nessa democratização. "Esse processo de democratização se inicia quando se começa a distribuir a renda, quando camadas até então privadas da possibilidade de consumo e de direitos começam a vivenciar esta possibilidade. É evidente que junto com melhor emprego e melhor salário vêm também um consciência nova de novos diretos, não estamos vendo apenas novos consumidores, mas pessoas que readquirirem sua autoestima", ressaltou o ministro.
A mesa teve ainda a participação de Bernard Cassen, da Universidade de Paris, Hamoudha Soubhi, da ONG Alternatives (Marrocos), Ricardo Alemão Abreu, do Instituto de Estudos Contemporâneos (IECINT), Whilhermina Trout, da Marcha Mundial de Mulheres (África do Sul), Chico Whitaker, conselheiro do Fórum Social Mundial (FSM), Tauofik Ben Abdallah, também membro do Conselho do FSM Senegal. O debate teve a mediação de Salete Camba, da FLACSO/Brasil e conselheiro do FSM.
