Lembranças e cicatrizes

Depois de um ano, as marcas ficam

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Foto Fernando Frazão/Agência BrasilFoto Fernando Frazão/Agência Brasil
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A lembrança é frequente para a sobrevivente Angélica Sampaio, que foi com um grupo de oito amigos à festa. Com algumas cicatrizes nos braços por ter 8% do corpo queimado, a jovem ficou 22 dias internada, em coma, devido a inalação da fumaça tóxica. Hoje, além das marcas nos braços, tem problemas respiratórios, mas faz fisioterapia respiratória e dermatofuncional, por causa das queimaduras. Religiosa, ela conta que é dolorido lembrar, mas é necessário olhar de outra maneira: “precisamos pedir justiça, mas estamos aqui, vivos, então temos que valorizar a vida, aproveitar de outro modo”.

A estudante de terapia ocupacional, Kelen Ferreira, que estava na Kiss com duas amigas, tenta voltar à rotina. Com 18% do corpo queimado, a jovem tem marcas nos braços e usa uma prótese na perna direita. No acidente, ela foi arrastada, mas a sandália ficou presa e estrangulou o tornozelo. O resultado foi uma necrose e, em seguida, a amputação, o que a sobrevivente considera uma das piores consequências da tragédia.

Hoje, ela faz fisioterapia respiratória e motora, além de terapia ocupacional. Ao falar sobre o incêndio, a jovem pede justiça e punição aos envolvidos, mas olha para o futuro. Após 78 dias internada, ela disse que vê “a vida de forma diferente. Dou mais valor para minha família, meus amigos. Estou recomeçando a cada dia. A gente tem que continuar a viver”.

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