Beneficiadas pelo clima, frutas produzidas no Rio Grande do Sul apresentam boa qualidade

De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, apesar das altas temperaturas e da baixa umidade, as chuvas esparsas e irregulares têm favorecido a fruticultura

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Os pomares de laranja e bergamota na Campanha estão em frutificação, permanecendo em tratos culturais. Na região do Planalto Médio, em torno de 10% da safra de citros ainda não foi vendida e o desenvolvimento dos frutos para a próxima safra está normal. No Alto da Serra do Botucaraí, o pêssego colhido apresenta boa qualidade devido à insolação, que conferiu coloração e bom teor de açúcar. Já a melancia no Vale do Rio Pardo está em fase de colheita, com boa produtividade e ótima qualidade dos frutos. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, apesar das altas temperaturas e da baixa umidade, as chuvas esparsas e irregulares têm favorecido a fruticultura, mas a olericultura do Estado dá sinais de estresse hídrico, especialmente a cultivada a céu aberto. 

A boa qualidade e a sanidade da uva, tanto na região Centro-Serra como na Serra, também são favorecidas pelas condições climáticas que ocorreram na fase de maturação. As cultivares superprecoces já foram colhidas, com excelentes produtividades. Inicia a colheita da cultivar Bordô, material mais implantado nos últimos anos na região serrana. A maior parte dos vinhais dessa cultivar está com cachos pequenos e ralos, efeito dos dias frios no início da primavera. Comercialmente, a uva é bastante procurada, pois presta-se para a fabricação de vinho e para a elaboração de sucos. 

Para a olericultura, as temperaturas elevadas exigem uso de irrigações mais intensas e os ventos fortes especialmente no Vale do Caí têm dificultado a produção. Muitos olericultores não estavam plantando novas áreas de hortaliças devido à falta de umidade no solo. Com o retorno da chuva no último final de semana, a atividade de plantio de mudas voltou a ocorrer na região. No geral, o calor excessivo neste início de 2014 tem provocado redução generalizada de hortaliças no mercado, proporcionando aumento dos preços em todos os tipos de hortaliças. 

Grãos de verão
alta temperatura e a forte radiação têm beneficiado a cultura do arroz em todo o Estado. De maneira geral, a maioria das áreas se encontra em boas condições e apresenta possibilidade de produtividades dentro do esperado. Com as lavouras amadurecendo de forma acelerada (5% da área semeada), a colheita se inicia nos próximos dias, como de costume, pela Fronteira Oeste. Atualmente, 25% das lavouras de arroz estão em desenvolvimento vegetativo, 35% em floração e 35% em enchimento de grãos. 

A colheita do milho foi impulsionada pelo tempo seco e sem chuvas, alcançando 23% da área total plantada neste ano. O processo de maturação também ocorre de forma mais acelerada, tendo 15% das áreas prontas para a ceifa. Os rendimentos obtidos até aqui, tanto em grão como em silagem, têm agradado os produtores, que colhem quantidades bem acima do esperado. 

Também evolui de forma satisfatória a colheita do feijão, que atinge os 60% da área cultivada no Estado. A cultura encontra-se com desenvolvimento normal, mas há necessidade de melhor umidade em localidades pontuais. As últimas produtividades mostraram redução de rendimento em lavouras afetadas pela rápida estiagem ocorrida e que pegou áreas em plena floração. Mesmo assim, até o momento, a produtividade média ainda é muito boa. Atualmente, 25% das lavouras de feijão estão maduras e por colher, 10% em enchimento de grãos, 3% em floração e apenas 2% em desenvolvimento vegetativo. 

A cultura da soja apresentou pequena parada no crescimento em virtude da alta temperatura, que em vários momentos ultrapassou os 40°C ao sol e, apesar dessa situação, o desenvolvimento das lavouras pode se considerar muito bom. Os produtores monitoram pragas e doenças, principalmente lagartas, que têm trazido preocupações, por vezes exageradas. Tendo em vista o alto percentual de lavouras em floração e enchimento de grão (66% do total), o regime de chuva daqui para frente será determinante na fixação da produtividade. Longos períodos sem chuvas durante estas fases tendem a diminuir o potencial de produção das lavouras, que estão 31% em enchimento de grãos, 35% em floração e 34% em desenvolvimento vegetativo. 

Criações
O rebanho leiteiro gaúcho apresenta boas condições nutricionais e sanitárias, principalmente nas propriedades rurais que desenvolveram um plano de alimentação para o rebanho baseado no uso de pastagens cultivadas. Com a intensificação do uso das pastagens perenes e anuais de verão, a produção de leite tende a aumentar. 

Apesar do cenário favorável para o desenvolvimento da atividade leiteira, a cada dia que passa vários produtores abandonam a atividade em suas propriedades, fato que pode ser em parte atribuída a pouca mão de obra familiar disponível. Além disso, a temperatura elevada é um enorme problema no manejo dos animais, que ficam muito estressados. A expectativa dos produtores com relação ao preço do leite produzido no mês de janeiro é que este se estabilize ou tenha um pequeno decréscimo. 

Neste período estão ocorrendo várias feiras de ovinos em diversos municípios do Estado. É quando os produtores adquirem especialmente reprodutores para a temporada de reprodução que se aproxima. No município de Sant'Ana do Livramento ocorre a feira local, que se estende até fevereiro, e os ovinocultores têm obtido bons valores na comercialização dos animais. De maneira geral, os rebanhos ovinos do Estado apresentam boas condições nutricionais, pois existe farta oferta de forragens, tanto nativas como cultivadas. No entanto, com a elevação das temperaturas e umidade, os produtores redobram os cuidados no monitoramento e controle dos parasitas, com a realização de banhos para controle de ectoparasitas (piolho) e o uso de vermífugos, para controle da verminose, quando necessário. 

Nesta época também acontece a revisão dos carneiros que serão utilizados no período da reprodução, com exame andrológico, verificação de problemas nos cascos, contusões e problemas locomotores. Também ocorre a seleção de matrizes a serem utilizadas para o período de cobertura. Em relação à comercialização, não há oscilação na venda de cordeiros, borregas e ovelhas de cria e de descarte para o abate.

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