Entidades defendem uso dos simuladores de direção

Entidades mobilizam-se contra possibilidade de revogação do uso de simuladores de direção

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O diretor-geral do Detran/RS esteve em Brasília na última semana para defender o uso dos simuladores de direção na formação de novos condutores. A revogação da Resolução do Contran, que prevê cinco horas/aulas nessa modalidade, será votada pela Câmara Federal na próxima terça-feira (25). Leonardo Kauer participou de reunião com a Associação Nacional dos Detrans e reuniu-se à Abramet, Feneauto e outras entidades da sociedade civil organizada argumentando a favor da manutenção da medida junto aos parlamentares. 

Deputados federais como Vicentinho (SP) e Henrique Fontana (RS), vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, defenderam o uso do equipamento. Para Fontana, os argumentos de quem é contra a obrigatoriedade do simulador alegando o alto custo do equipamento e a formação de cartel não se sustenta. O valor de cerca de R$ 35 mil ficaria diluído ao longo dos anos, e quatro empresas fabricam o equipamento no Brasil, com outras três prestes a operar. "Está se criando um mercado com competição. O próprio Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)analisou a resolução e atestou que não há nada nesta direção", explica.

A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) emitiu carta aberta aos parlamentares alegando que o uso dos simuladores pode reduzir em mais de 50% o número de acidentes nos 24 primeiros meses após a obtenção da habilitação. No documento, a entidade afirma que "o simulador de direção é uma tecnologia que veio para elevar o Brasil a um nível de aprendizado que hoje já é reconhecido em países como a Austrália, Nova Zelândia, Bélgica, EUA, Reino Unido, Holanda, entre outros, onde sua utilização já é bastante disseminada e os índices de acidentalidade são bem menores que os nossos. Qualquer disposição contrária a esse projeto, atesta a entidade, seria mais um retrocesso ao nosso sistema já tão ultrapassado e frágil de capacitação de condutores. 

O diretor do Detran/RS contesta também o argumento de que as aulas com simuladores aumentariam o custo da formação do motorista: "A legislação exige o mínimo de 20 aulas práticas para a primeira habilitação, mas os candidatos realizam 28 em média no Rio Grande do Sul. No Brasil, a média é ainda maior: 35. Estudos-piloto desenvolvidos nas autoescolas gaúchas e mineiras indicam que alunos submetidos a cinco aulas de simulador reduzem em 25% a necessidade de aulas práticas adicionais. Como o valor da aula prática é maior, a tendência é de que a CNH fique até mais barata".

Situação do RS

O Rio Grande do Sul já aplica a legislação desde que entrou em vigor, em 1º de janeiro. Hoje, 106 Centros de Formação de Condutores (em um universo de 273), já possuem o simulador, e outros contrataram o equipamento em sistema de comodato, totalizando 200 CFCs com disponibilidade das aulas "virtuais". Mais de 6 mil aulas já foram realizadas no Estado em simuladores de direção. "O Detran e os centros do Rio Grande do Sul se prepararam para cumprir a norma e o prazo já foi prorrogado pelo Contran para aqueles Estados que ainda não se adaptaram. Seria um retrocesso se a medida fosse revogada, especialmente considerando os avanços no sistema de habilitação e seus reflexos na segurança do trânsito.", avalia Kauer.

 

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