A ocorrência subsequente dos feriados de Páscoa e de Tiradentes em 2014 contribuiu para que as vendas de ovos de chocolate, neste ano, tenham ficado no mesmo patamar do ano passado nos supermercados gaúchos. Além do fluxo menor de pessoas nos supermercados nestes últimos dias que antecederam a Páscoa, a estagnação das vendas para a data é resultado de um "distanciamento" das famílias neste feriadão, já que pelo menos 30% dos gaúchos viajaram neste final de semana prolongado. A informação é do presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, que projeta a comercialização de pelo menos 3% dos estoques de ovos para a próxima semana.
Menos presentes - Os produtos de maior valor agregado deram o tom da Páscoa de 2014: neste ano, os ovos de chocolate mais caros, com valor acima de R$ 25, responderam por 40% da procura - enquanto no ano passado foram um quinto dos ovos vendidos. Para Longo, os gaúchos apostaram em produtos premium para atender o desejo de pessoas de maior convívio, como os filhos, cada vez mais decisivos na escolha do presente. "Os brinquedos e personagens licenciados estão em 9 em cada 10 ovos dados às crianças. O público infantil aumentou a exigência do brinquedo que vem dentro do ovo, e isso encareceu a compra", destaca o presidente da Agas, que enaltece a mudança do perfil da data. "Há alguns anos, cada criança ganhava de três a quatro ovos de Páscoa. Hoje, recebe somente um ou dois presentes de maior valor agregado", sublinha.
Além disso, segundo Longo, as viagens do feriadão distanciaram as famílias, resultando em menos aquisição de presentes menores e mais baratos. "Muitos sobrinhos e afilhados não foram presenteados em função deste distanciamento", ilustra o supermercadista, destacando que3% dos estoques de 9 milhões de ovos de chocolate devem ser vendidos nos próximos dias, justamente para que os gaúchos presenteiem estes públicos.
Vendas de última hora - Cerca de 30% das vendas de Páscoa ficaram para o sábado (19), véspera da Páscoa. Quem comprou na última hora, segundo o presidente da Agas, buscou oportunidades e, sobretudo, preço baixo. "A atração da última hora segue sendo o preço. O consumidor está muito atento e sabe qual ovo estava mais em conta neste momento", afirma Longo.
Item tradicionalmente mais vendido, em quantidade, na véspera da Páscoa, a caixa de bombom também teve a comercialização refreada em 2014: o volume de caixas vendidas foi semelhante ao do ano passado, cerca de 5,7 milhões de unidades.
Entre os pescados, o incremento nas vendas para a Sexta-feira Santa foi mais expressivo: o crescimento do faturamento sobre estes produtos foi de 15%. "O grande destaque foram os peixes de até R$ 10, e 98% dos pescados comercializados foram congelados", explica Longo, lembrando que o setor supermercadista ainda encontra dificuldades de abastecimento e de falta de fornecedores para ampliar a venda de peixe fresco.
Beneficiado pelo valor baixo, muito semelhante ao praticado em 2013, o bacalhau também teve boa procura, com alta de 13% nas vendas em relação ao ano passado. A Páscoa ampliou, ainda, a comercialização de outros itens típicos, como a carne para o churrasco de domingo, os azeites e vinhos. As colombas pascais tiveram um crescimento de 20% nas vendas. A partir da próxima semana, os supermercados do RS voltam seu foco para os atrativos de Dia das Mães e Copa do Mundo, criando diferenciais aos consumidores. "Cada vez mais, supermercados de pequeno e médio portes estão aproveitando estas datas sazonais para fidelizarem seu cliente e alavancarem as vendas", pontua Antônio Cesa Longo.