O índice de descarte da Farmácia de Medicamentos Especiais do Estado é inferior a 0,78%. Este nível inédito foi obtido com a otimização do gerenciamento do estoque e reforço do quadro de funcionários do setor. A título de comparação, dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam que o descarte de medicamentos (incluindo compras de hospitais e poder público) no país alcança os 20%.
Esse nível inédito foi obtido com a otimização do gerenciamento do estoque e reforço do quadro de funcionários do setor, muito diferente da realidade encontrada em janeiro de 2011, quando um inventário extraordinário revelou a existência de 18 toneladas de medicamentos vencidos no almoxarifado central, misturados aos regulares, sem qualquer gerenciamento nem plano para descarte.
Para se ter uma ideia do significado desses números, basta comparar com o estado do Rio de Janeiro, que descartou, em 2012, 204 toneladas de medicamentos. “Temos um excelente sistema de gerenciamento de fármacos. Nunca vamos chegar ao descarte zero, porque precisamos ter medicamentos extras para eventuais epidemias, mas o índice que alcançamos é absolutamente razoável”, sustenta a secretária estadual de Saúde, Sandra Fagundes. A secretária informou, também, que a Secretaria de Saúde e o Ministério de Saúde trabalham em parceria para garantir o melhor atendimento possível aos usuários do SUS que precisam de medicamentos e que os dois órgãos publicarão uma nota conjunta contradizendo as informações divulgadas pelo jornal Zero Hora.
Investimentos em gestão
A partir da constatação do problema, no início de 2011, a Secretaria Estadual da Saúde otimizou o gerenciamento para classificação, separação e recolhimento do material vencido e estocado nas coordenadorias no interior do Estado. A secretaria também realizou processo licitatório para contratação de uma empresa especializada em descarte de medicamentos, além da contratação emergencial de 70 farmacêuticos. Atualmente, a Farmácia do Estado trabalha com um limite mensal para descarte de 700 quilos, volume que inclui embalagens e insumos.
Um dos benefícios diretos dessas medidas foi a redução do tempo de espera para tramitação dos processos de pedido de medicamentos. Atualmente, o prazo para análise e deferimento de pedidos fica no máximo entre 30 a 60 dias, quase a metade do tempo que levava até 2010. A Farmácia de Medicamentos do Estado atende 133 mil usuários e ampliou o investimento na compra de medicamentos, passando de R$ 429 milhões (2011) para R$ 608 milhões (2013).
Comparativo
2011 – R$ 429 milhões investidos na compra de medicamentos
- Resíduo de 15 toneladas encontradas no almoxarifado central
2012 – R$ 439 milhões investidos na compra de medicamentos
- 18 toneladas de medicamentos vencidos
- Valor dos medicamentos descartados: R$ 1,7 milhão (0,4% do total)
- Cerca de 80% do volume era de Tamiflu
2013 – R$ 608 milhões investidos na compra de medicamentos
- 9 toneladas descartadas – R$ 4,7 milhões (0,78% do total)