Poucos casos de dengue registrados no Estado

Casos de dengue no RS são 80% inferiores em relação ao ano passado

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Uma das principais medidas para evitar a propagação do mosquito causador da doença é não deixar água paradaUma das principais medidas para evitar a propagação do mosquito causador da doença é não deixar água parada
Uma das principais medidas para evitar a propagação do mosquito causador da doença é não deixar água parada
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Os registros dos casos de dengue contraídos no Estado neste ano estão 80% menores em relação ao mesmo período em 2013. Foram 45 casos confirmados em 2014 ante 229 no ano passado. Apesar da redução, a recomendação da Secretaria Estadual da Saúde (SES) é de que a população continue atenta às medidas preventivas, mesmo agora no inverno, época de menor incidência da doença.

A queda nas temperaturas diminui a atividade do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Desde o início de maio, apenas um novo caso de dengue contraída no RS (autóctone) foi registrado. A partir disso, foram confirmados apenas casos importados, somando no ano 33 casos da doença contraída em outros Estados. No ano passado, não foram registrados novos casos autóctones a partir de julho.

Contudo, isso não representa que os cuidados para preveni-lo não devam ser permanentes durante o ano inteiro. A conscientização por parte da população sobre como evitar ou eliminar o mosquito nas casas é fundamental para manter as notificações baixas. Confira algumas dicas:

- mantenha a piscina tratada o ano inteiro;

- não acumule água nos pratos dos vasos de plantas. Encha-os com areia;

- mantenha desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises;

- guarde os pneus velhos sob abrigos;

- coloque embalagens de vidro, lata e plástico em uma lixeira bem fechada;

- limpe os bebedouros de animais com escovação;

- feche caixas d'água, tonéis e latões;

- guarde as garrafas vazias com gargalo para baixo.

Região Noroeste
Entre os casos autóctones, 35 deles ocorreram em Ubiretama, o que representa 77% do total (um caso era de um residente do município vizinho de Cerro largo). O município da Região Noroeste vinha apresentando casos autóctones de dengue desde 2010. Contudo, neste ano, a proliferação foi maior.

A partir do volume expressivo no registro, o Governo do Estado, por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde e da 12ª Coordenadoria Regional de Saúde, trabalharam em conjunto com a administração municipal no controle da doença. O apoio foi com ações de campo, como a utilização de viatura com UBV (o fumacê) para combater o mosquito nas regiões com casos, desde as primeiras confirmações.

Apoio aos municípios
O reforço à vigilância do vetor da dengue integra o programa Verão numa Boa do Governo do Estado. Nesta última edição, foram investidos R$ 3,2 milhões em 157 municípios, o que representou cerca de R$ 600 mil e 31 municípios a mais do que na temporada anterior. O recurso visa à intensificação das ações de prevenção e controle do mosquito, priorizando a ampliação da estrutura (como equipamentos e viaturas) e ampliação das equipes de campo.

Foram priorizados os municípios infestados pelo inseto, os que tiveram registro de circulação da doença nos últimos anos e os de fronteira internacional ou com variação populacional sazonal (como praias e balneários).

Rede de laboratórios
Um dos fatores para a queda nos casos é a ampliação da identificação dos focos do mosquito. Para isso, 21 novos laboratórios que realizam a identificação das larvas do inseto foram abertos ano passado por meio de incentivos do Estado, passando a 79 o número de locais que fazem esse trabalho. Assim, ações de prevenção puderam ser desenvolvidas antes que a doença se proliferasse.

Além das unidades municipais, intermunicipais e regionais, o trabalho também é feito no Laboratório Central do Estado (Lacen/RS), que ainda capacita os profissionais e coordena o trabalho junto ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). No ano passado, ao todo, os laboratórios do interior realizaram mais de 65,2 mil análises, enquanto o Lacen processou outras 20,7 mil amostras.

Para estimular a criação de novos laboratórios, a SES criou, em 2013, um incentivo a fim de contemplar territórios com mais de 50 mil habitantes e possibilitar a existência de, ao menos, uma unidade em cada uma das 30 regiões de saúde. Para garantir a adequação de área física e a aquisição de materiais e equipamentos necessários, o financiamento é de R$ 6 mil para unidades municipais e R$ 9 mil para as intermunicipais (que abrangem de 5 até 15 municípios vizinhos ou próximos, ou 50 mil habitantes). As unidades já existentes também foram beneficiadas com o mesmo valor.

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