É consenso no meio empresarial que um dos grandes problemas do país é a falta de formação de profissionais, o que acaba diminuindo a competitividade de empresas nacionais. Os trabalhadores ou têm que ser formados no “chão da fábrica” ou não conseguem, sequer, ingressar nas organizações, cada vez mais profissionais e trabalhando com novas e modernas tecnologias. Através de uma política industrial sintonizada com as prioridades do mercado de trabalho, o Rio Grande do Sul é recordista de vagas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), com mais de 214 mil alunos matriculados desde 2011. Somente no primeiro semestre, via FGTAS, foram abertas 12.687 vagas em 337 cursos de qualificação profissional.
“A pessoa já sai com indicação de trabalho, faz estágio, e as empresas reconhecem um bom profissional e acabam contratando”, opina a aposentada Marli Shirley Rosa Lucas, que decidiu fazer um curso de camareira e já está em busca de novas formações.
O programa tem como objetivo ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. O RS é o Estado que mais formou profissionais. Conquistou mais de 20% das vagas, de um total de um milhão de postos abertos no país. Os cursos são realizados nas unidades de ensino do Sistema S (Senai, Senac, Senar e Senat) e em instituições federais de ensino superior. “Este é um projeto de Estado, pois apenas valorizando a formação e a educação poderemos criar as condições para que haja um crescimento tanto de nossa economia como dos trabalhadores e trabalhadoras do Rio Grande do Sul”, afirma o secretário do Trabalho e do Desenvolvimento Social, Edson Borba.
Projetos
Com o objetivo de intensificar a política industrial e fortalecer o desenvolvimento da economia, o governo conta com a Sala do Investidor. É uma ferramenta que facilita o acesso de potenciais investidores aos órgãos estaduais de infraestrutura, licenciamento ambiental, financiamento e tributos. Com uma carteira de projetos que soma R$ 45,2 bilhões, a Sala do Investidor reúne 524 projetos. Os investimentos totalizam mais de 65,3 mil novos empregos diretos.
Como se inscrever
As inscrições podem ser feitas pela internet no site do Pronatec. Em Porto Alegre, os interessados podem comparecer ao Sine municipal, que fica na Avenida Sepúlveda, esquina com Mauá, no Centro da capital, das 8h às 17h, para se candidatar. A maior procura é para vagas nas turmas de padeiro, garçom, auxiliar administrativo, auxiliar de crédito e cobrança, cuidador de idoso e recepcionista. Para a inscrição, o candidato deve comparecer com documento de identidade (RG), Carteira do Trabalho e um comprovante de residência.
Os cursos técnicos são oferecidos em três modalidades: Técnico para quem concluiu o ensino médio, com duração mínima de um ano; Técnico para quem está matriculado no ensino médio, com duração mínima de um ano; Formação Inicial e Continuada ou qualificação profissional, para trabalhadores, estudantes de ensino médio e beneficiários de programas federais de transferência de renda, com duração mínima de dois meses.
Também são ofertados diversos cursos gratuitos para pessoas com ensino fundamental completo ou incompleto, tanto para a qualificação industrial, comercial e de serviços em diversos municípios do Estado.
Desemprego em queda
O melhor preparo dos jovens e adultos que chegam ou que se recolocam no mercado de trabalho pode ser apontado como um dos motivos do baixo índice de desemprego e o aumento da renda dos trabalhadores na Região Metropolitana de Porto Alegre, conforme a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Apresentada quarta-feira (30), a pesquisa apontou o menor índice de desemprego registrado no mês de junho desde o início da série da pesquisa, há 14 anos. A taxa de desemprego total caiu de 6,2% em maio para 5,7% da população economicamente ativa na Região Metropolitana de Porto Alegre, uma redução de 8,1%. O número é também o menor entre todas as seis capitais pesquisadas no país, e inferior à média nacional, que está em 10,8%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o desemprego caiu ainda mais, de 6,6% (junho/2013) para 5,7% (junho/2014), uma redução de 13,6%.
O levantamento é realizado mensalmente, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS).