Em mais uma etapa do Programa Estadual de Correção da Acidez do Solo, coordenado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), 43 cidades estão sendo contempladas com os recursos liberados pelo Governo do Estado. Desde seu início, em 2012, o programa já contemplou 185 municípios, com um investimento total de R$ 12,3 milhões. Cerca de 20 mil produtores familiares foram beneficiados, com a aplicação de 1,2 milhão de toneladas de calcário para corrigir aproximadamente 80 mil hectares de terra, aumentado a produtividade das culturas.
“São pessoas que, de outra forma, jamais teriam acesso ao método de correção do solo. Essa também é uma missão primordial de um órgão de pesquisa: orientar agentes públicos e técnicos, além de monitorar a aplicação de tecnologias disponíveis, em especial para quem mais precisa”, destaca o diretor-presidente da Fepagro, Danilo Rheinheimer dos Santos.
O projeto consiste no repasse de verbas para aquisição e distribuição de calcário para a correção da acidez do solo em pequenas propriedades, possibilitando o aumento da produtividade. “Essa demanda comprova o acerto desta política pública, que só foi possível pela sensibilidade do Governo do Estado ao ouvir o clamor dos pequenos produtores de regiões empobrecidas”, avalia o secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Cláudio Fioreze. Ele também ressalta que a designação da Fepagro como órgão gestor técnico do programa é outro fator que contribui para o sucesso da iniciativa. “É um programa realmente exemplar, pois reúne elementos técnicos e sociais inquestionáveis”.
Dos municípios contemplados nesta nova etapa, 27 estão recebendo recursos pela primeira vez e 16 tornaram-se elegíveis para uma segunda aplicação, após executarem a primeira fase e terem suas prestações de contas aprovadas. Os valores disponibilizados, de R$ 2,58 milhões, se esgotaram em apenas 20 dias, devido à grande procura. Ainda há mais de cem municípios cadastrados, que esperam a continuidade do programa em 2015.
O bom desempenho do programa também está fortemente ligado ao trabalho do Laboratório de Química Agrícola da Fepagro, que já recebeu dos agricultores beneficiados 12,4 mil amostras de solo. O Laboratório descobriu que 13% dessas amostras não precisavam de correção da acidez, o que surpreendeu a técnicos e agricultores, alertando-os quanto aos riscos da calagem sem análise. “Ou se joga dinheiro fora, ou se usa doses inadequadas, que podem impedir a máxima produtividade ou até mesmo prejudicar o solo”, avalia o coordenador técnico do programa, o pesquisador André Dabdab Abichequer.
O Laboratório da Fepagro também está analisando, gratuitamente, a qualidade do calcário adquirido pelas prefeituras com os recursos do programa. Os resultados são comunicados aos governos municipais, para que possam se prevenir e assegurar a qualidade do produto. Além disso, a Fepagro vem realizando visitas de monitoramento nos municípios contemplados. “Nessas visitas, estamos comprovando a boa aceitação do projeto e a satisfação do produtor”, acrescenta o coordenador administrativo do programa, Rivaldo Dhein.