Tecnologia amplia potencial do carvão gaúcho

Investimento é de mais de R$ 11 milhões

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Investimento para melhorar a queima do carvão de Candiota é de R$ 11 milhõesInvestimento para melhorar a queima do carvão de Candiota é de R$ 11 milhões
Investimento para melhorar a queima do carvão de Candiota é de R$ 11 milhões
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A Companhia Riograndense de Mineração (CRM) iniciou os primeiros testes da Planta Piloto de Beneficiamento a Seco na Mina de Candiota, no sul do Estado. Com um investimento de mais de R$ 11 milhões, o tratamento pretende reduzir, ao máximo, o teor de enxofre e os contaminantes não carbonosos (calcário e argilitos) presentes nos carvões brutos (ROM – Run of Mine). O objetivo é o aumento do poder calorífico do mineral, representando ganhos ao principal cliente da Companhia atualmente, a Usina Presidente Médici, da CGTEE, e a ampliação do portfólio de potenciais compradores do produto. 

“Melhorar as condições de queima do carvão, usando a melhor tecnologia existente é um objetivo que devemos perseguir para ampliar a utilização na matriz energética. Os testes da planta de beneficiamento estão nesta esteira de melhorar a qualidade do nosso carvão”, destaca o presidente da CRM, Elifas Simas. A tecnologia de jigagem a seco acarreta, para a Usina Térmica, a redução dos custos de moagem na operação da caldeira, no circuito de cinzas e no tratamento das emissões gasosas. Concluídos os testes na planta, com as variadas possibilidades de regulagens e controles sobre a qualidade do carvão, será aberto um novo leque de possíveis parceiros econômicos para a Companhia.

A implantação da planta de beneficiamento foi coordenada pela Superintendência de Engenharia (SE) da CRM, que executou os projetos de britagem e peneiramento da obra. Ao coordenar a montagem e realizar os testes o setor avaliará cada detalhe antes de autorizar a operação. “Este é um trabalho fundamental para a Companhia e resultado do esforço conjunto da equipe da CRM, que buscou a excelência na concepção dos projetos e fará o mesmo nesta fase de testes”, garante o superintendente, João Batista Casanova Garcia. Ele sublinha que a tecnologia de jigagem a seco é importada, mas a coordenação e integração com as outras etapas do beneficiamento a seco são responsabilidade da CRM.

O tratamento implantado em Candiota pela CRM é inédito não só no Brasil como em toda a América Latina, sendo indicado, principalmente, para locais com reconhecida carência de água ou onde o mineral tem elevada capacidade higroscópica (capacidade de reter água, inclusive da umidade do ar), como é o caso do carvão extraído pela CRM em Candiota. A Planta Piloto tem capacidade produtiva de 50 toneladas por hora (50 t/h), e atende a compromissos da Companhia com a Usina Presidente Médici de realizar testes com o foco na viabilidade ambiental, técnica e econômico-financeira na exploração da jazida. Os parâmetros exigidos pela Usina podem ser resumidos no binômio: maior recuperação mássica com menor teor de enxofre total.

A tecnologia utilizada foi adquirida da empresa alemã Allmineral, representada no país pela Kuttner do Brasil. A CRM busca o uso da jigagem a seco desde 2004, através de estudos de caracterização para beneficiamento do carvão de Candiota em ensaios laboratoriais.  Neste processo foram parceiros a CGTEE, a Fundação Luis Englert – Laprom, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Laboratório de Processamento Mineral – AMR da RWTH-Aachen da Alemanha, entre outros.

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