O Rio Grande do Sul reverteu expectativas e deve ser incluído no próximo leilão de áreas exploratórias de petróleo, anunciado para o primeiro semestre de 2015. A Bacia de Pelotas foi definida como uma nova fronteira de produção pela diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, na abertura da Rio Oil & Gas 2014, no Rio de Janeiro. “É uma virada de jogo. A inclusão da área será uma vitória importante para o Estado, fruto do esforço que temos feito no governo para colocar a bacia gaúcha nos planos imediatos da Petrobras”, comemora o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik.
O vice-presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Aloísio Nóbrega, ressalta que a Bacia de Pelotas não participava de leilões de áreas exploratórias há quase dez anos. “Desde 2005 que o Estado estava fora do radar de possibilidades da Petrobras. Ao que tudo indica, Pelotas reconquistou o status de bacia com potencial petrolífero”, argumenta o dirigente.
Nóbrega explica que a perspectiva de inclusão aponta para um novo horizonte na Metade Sul. Caso a área seja licitada e conforme seu potencial produtor, a região passará por um ciclo de progresso como aconteceu com Macaé, no litoral fluminense, que deixou de ser uma vila de pescadores para se transformar em uma cidade de 200 mil habitantes. De acordo com o vice-presidente da AGDI, um município se tornará a base de apoio à exploração, atraindo indústrias fornecedoras da cadeia petrolífera. O processo exige disponibilidade portuária, mas não de grandes dimensões. O progresso de Macaé ocorreu ao longo de 15 anos, considerando que a extração começa em torno do quinto ano de trabalho.
A Bacia de Pelotas se estende do Paraná até o Uruguai, passando por Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A área é similar à estrutura da bacia do Uruguai, que recentemente promoveu uma rodada em área próxima ao Brasil e foi bem sucedida. Grandes operadoras internacionais, como as britânicas BG e BT e a francesa Total assinaram contratos de exploração com o governo uruguaio.
Histórico dos leilões
A 13ª rodada de licitações para exploração de petróleo ocorrerá no primeiro semestre de 2015. As áreas a serem ofertadas ainda estão em análise pelo Ministério de Minas e Energia e pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e devem ser aprovadas ainda pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Em 2014, a ANP não realizará nenhuma rodada, após promover três certames em 2013, sendo um deles no novo modelo de partilha de produção, no pré-sal.
A 12ª rodada foi realizada em novembro de 2013, quando foram ofertados 240 blocos, tendo sido arrecadados R$ 165,196 milhões. Antes disso, em maio, a 11ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios de petróleo arrecadou R$ 2,82 bilhões a título de Bônus de Assinatura. Na época, foram arrematados 142 dos 289 blocos oferecidos.