Banco japonês busca negócios no Estado

O foco do banco japonês é a indústria metalmecânica, em especial autopeças

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O Iwata Shinkin Bank, instituição financeira japonesa que promove missões regulares ao Brasil, fez nesta sexta-feira (3) sua primeira incursão no Rio Grande do Sul para inclusão do Estado no roteiro do banco ao país em 2015. Até agora, a agenda brasileira do Iwata Shinkin se restringiu a São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

Etsuo Ishikawa, consultor jurídico da instituição, se reuniu com representantes do Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul e de entidades empresarias relacionadas à indústria automotiva, que apresentaram o perfil do setor e o potencial de negócios conjuntos. O encontro ocorreu na Sala do Investidor, na Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI).

Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Ivan De Pellegrin, a agenda nasceu em Tóquio, durante missão técnica realizada pelo Governo do Estado em setembro passado. "Queremos desenvolver uma parceria com o Iwata para que possamos inserir o RS no roteiro das missões e garantir a presença de representantes do Estado nos seminários anuais que ocorrem no Japão", diz Pellegrin, acrescentando que o banco atua em uma região com base industrial automotiva e grande concentração de brasileiros.

O foco do banco japonês é a indústria metalmecânica, em especial autopeças. Para atender o interesse, a SDPI convidou o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) e o Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) - que é fornecedor do setor automotivo -, além do Arranjo Produtivo Local – Metalmecânico e Automotivo (APL-MMeA).

Diretor do Simecs e presidente do APL, Reomar Slaviero afirma que o principal interesse da indústria local é formar parcerias produtivas com empresas japonesas e não apenas gerar comércio. "Eles têm tecnologia e nós temos mercado", explica. O dirigente apresentou o perfil da indústria metalmecânica, automotiva e eletroeletrônica na região Serrana, onde o Simecs abrange 3 mil empresas em 17 municípios, que respondem por cerca de 75 mil empregos e um faturamento anual da ordem de R$ 13 bilhões, 10% dos quais oriundos de exportações. 

O diretor executivo do Simplás, José Antônio Martins, tem expectativa semelhante. "O principal interesse de nossas empresas é elevar seu patamar tecnológico e a parceria com indústrias japonesas pode ser um atalho importante", argumenta Martins.

Economia gaúcha
As apresentações agradaram Ishikawa, que se mostrou positivamente surpreso com a presença significativa de marcas globais japonesas no Estado e com a ação do Governo no sentido de internacionalizar a economia gaúcha. "Me causou impacto a postura do Rio Grande do Sul na busca de investimentos e tecnologias no exterior", revelou o consultor do Iwata Shinkin.

De acordo com ele, o Estado tem potencial para entrar no roteiro do banco, que deve alterar sua estratégia de prospecção de negócios no Brasil, trocando as missões de perfil variado por agendas mais setoriais ou até específicas, conforme o interesse de clientes. 

Sobre o Iwata Shinkin Bank
Sediado em Iwata, na província de Shizuoka, o banco realiza anualmente seminários sobre o Brasil em Hamamatsu, uma das cidades em que opera. Também anualmente promove missões econômicas ao Brasil, trazendo empresários japoneses a estados brasileiros para conhecer as riquezas naturais e o potencial industrial e comercial.

Além disso, atua com a comunidade brasileira no Japão, oferecendo consulta jurídica gratuita em português e aulas de língua japonesa aos brasileiros. A instituição mantém parcerias com a Caixa Econômica Federal e o Sebrae. Os bancos shinkin são instituições financeiras de cooperativas regionais, que atendem a pequenas e médias empresas e população local. Criado em 1950, o Iwata opera com 33 agências e soma depósitos de US$ 6,8 bilhões.

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