Após receber o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, na manhã desta segunda-feira (30), no Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori participou do seminário sobre reforma política, realizado na Assembleia Legislativa. Sartori, Temer e Cunha, mais o vice-governador, José Paulo Cairoli, acompanharam a abertura do evento, intitulado “Reforma Política: Visões para Construir a Mudança” e promovido em comemoração aos 180 anos do Parlamento gaúcho.
Entre os vários temas em discussão, estão os sistemas eleitorais, financiamentos de campanha e partidário, coligações, voto facultativo, cláusula de desempenho, fidelidade partidária, reeleição e período de mandato. O debate sobre reforma política é o primeiro de uma série que deverá abordar ainda os temas infraestrutura, meio ambiente, agronegócio e reforma tributária.
Ao falar sobre a importância da reforma política, o governador afirmou que “esta é uma pauta para consenso no plural e, sobretudo, democrática, pois a defasagem do processo político é grande”. Enfatizou que "o tempo do conformismo já passou, e a sociedade brasileira precisa sair da zona de conforto e participar da luta e discussão para suas conquistas". Para o governador, mais do que nunca, é necessário que se construa mudança. “Mas com a participação de todos no processo político brasileiro”, salientou.
Sartori disse ainda que o anseio das pessoas que foram às ruas foi ouvido e afirmou reconhecer a disposição da presidente Dilma Rousseff em iniciar o debate em torno da reforma política. “Mas não deve ser esquecido que o Brasil é uma federação e, sendo assim, é preciso lembrar o papel e as necessidades dos estados e municípios”, observou. “Neste momento, mais do que nunca, o Rio Grande do Sul está precisando que o governo federal ajude o nosso Estado a enfrentar os desafios e dificuldades, pois estamos todos juntos no mesmo barco, rumo a um futuro mais justo”, completou.
Já o vice-presidente Michel Temer parabenizou a iniciativa do seminário. Disse ele: “A reforma política é um tema fundamental para o país. Aqui estamos para o debate sobre a reforma, que nas campanhas sempre é prometida, para, logo depois, ser esquecida”. Temer salientou não ter dúvidas da necessidade de uma reforma política e eleitoral, e afirmou que ele próprio sustenta a tese do voto distrital entre as várias mudanças necessárias. “O importante é que realmente a reforma política seja feita, pois, do contrário, haverá descrença, embora esta não seja a solução para todos os males”, acrescentou.
Eduardo Cunha disse que a reforma política deve ser debatida em todos os níveis: “Esta foi uma decisão que tomamos no primeiro dia em que assumimos”. Para o deputado, a reforma é a questão mais importante a ser debatida neste momento – “seja lá qual for a decisão tomada, pois ela será resultado de uma longa discussão, em que estarão incluídos todos os temas possíveis, desde voto facultativo e reeleição, até o fato de uma campanha necessitar 90 dias para ser realizada no primeiro turno".
Participaram também da abertura secretários de Estado, deputados federais e estaduais, vereadores, representantes de entidades de classe e sindicatos.