Quatro secretários do governo do Estado e representantes da direção geral do Cpers Sindicato deram início, nesta quinta-feira (14), a uma discussão sobre reivindicações da categoria. Foi a primeira reunião da mesa de negociações proposta pela entidade e aceita pelo governo. Participaram do encontro o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, os secretários da Educação, Vieira da Cunha, da Fazenda, Giovani Feltes, e Geral de Governo, Carlos Búrigo. A presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, apresentou reivindicações relativas ao pagamento de passivos, destacando o reajuste de 13,1%, a ampliação em 52% do piso do magistério e reajuste do vale alimentação.
O secretário Biolchi disse que o governo reconhece a legitimidade dos pleitos e que um dos objetivos da mesa formalmente instalada é buscar uma transigência no que for possível, sem que as partes fiquem engessadas apenas em respostas afirmativas ou negativas, mas buscando a construção de soluções.
"Desde o início do governo, temos feito um esforço para que as dificuldades de caixa não interfiram no diálogo com as categorias. Temos buscado fazer o que está ao nosso alcance e vai ao encontro da importância que a educação tem para o Estado. A nomeação de 540 profissionais, mesmo durante a vigência do decreto que suspendeu concursos e nomeações por 180 dias, foi um exemplo de superação das adversidades. Esta mesa, independente das respostas que serão dadas, traduz o respeito à categoria e a oportunidade de dialogar ou transigir", avaliou.
O secretário da Educação, Vieira da Cunha, exaltou a criação da mesa de negociações, principalmente levando em conta o cenário de crise financeira do Estado e de instabilidade da economia nacional. "Se não pudemos avançar num primeiro momento, isso não é motivo para gerar qualquer tipo de frustração - pelo contrário. Um governo que tem um déficit de R$ 5,4 bilhões instalar uma mesa de negociações com os servidores é um fato muito relevante por si só. Evidente que nós queremos avançar, e agora vai depender do processo que está instalado", disse Vieira.
De acordo com a presidente do Cpers, a entidade reconhece as dificuldades financeiras e o avanço concretizado com a nomeação dos trabalhadores em janeiro, mas reivindica passivos, e não novos reajustes. "Gostaríamos que o governo fizesse todo o esforço possível para o atendimento", afirmou. Ao final da reunião, os representantes do governo comprometeram-se a fazer as ponderações entre todas as áreas, ouvindo especialmente as vinculadas às questões de folha e de pessoal, para que a resposta à categoria seja dada de forma transparente. Governo e Cpers não definiram a data de um novo encontro.