As quedas nas temperaturas com a chegada do inverno - que começou oficialmente neste domingo (21) - requerem por parte da população uma maior atenção com a gripe. Com o frio, hábitos como de passar mais tempo em lugares fechados e pouco ventilados criam condições favoráveis a disseminação do vírus. Por isso, a Secretaria da Saúde (SES) reforça que alguns cuidados básicos podem ajudar a evitar a proliferação da doença. É também nesta época do ano que as pessoas devem ficar mais atentas aos sintomas da doença, para que possam buscar tratamento em tempo oportuno, o que diminui os riscos de complicações em caso de contágio pelo vírus Influenza.
O secretário da Saúde, João Gabbardo dos Reis, ressalta que para a prevenção o cuidado maior é com as mãos, um dos principais meios de transmissão. "Ao ser expelido por um doente, o vírus pode depositar-se em alguma superfície onde ainda sobrevive por um período de tempo que pode chegar a vários dias. Caso uma pessoa venha a ter contato com essa área e depois toque olhos ou a boca, ela pode vir a contaminar-se", explica. "Por isso, a recomendação é que as pessoas procurem lavar as mãos várias vezes ao dia, seja apenas com sabão ou álcool em gel. Outra recomendação é que, depois de encostar ou segurar superfícies de locais públicos, como um corrimão ou maçaneta, evite-se passar as mãos nos olhos, boca e nariz", completa.
Fora esses cuidados, outros hábitos são fundamentais para diminuir a circulação do vírus da gripe: utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; e ventilar os ambientes. É importante estar atento a essas recomendações, pois a transmissão do vírus pode começar antes mesmo do aparecimento dos sintomas e com duração de até sete dias em adultos e de até 14 dias em crianças ou pessoas com imunodepressão.
Enquanto a prevenção é essencial para diminuir a circulação do vírus, o tratamento é capaz de evitar o agravamento dos casos. Devido ao fato de que ele possui sua maior eficácia se iniciado durante as primeiras 48 horas de sintomas, recomenda-se procurar um médico já nos primeiros sinais de febre e tosse ou dor de garganta acompanhados de outras dores no corpo, nas articulações ou de cabeça. Nesses casos, o antiviral Oseltamivir - de nome comercial Tamiflu - está disponível em todo o estado, gratuitamente.
Vacinação
A campanha de vacinação contra a gripe neste ano foi iniciada no Rio Grande do Sul em 27 de abril. Pela primeira vez, a estratégia começou no estado com uma semana de antecedência em relação ao calendário nacional. Desde lá, mais de 2,9 milhões de pessoas já receberam as doses que protegem contra três tipos do vírus Influenza (A-H1N1, A-H3N2 e B). Isso representa uma cobertura de 83% dos grupos prioritários (pessoas com 60 anos ou mais; crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos; gestantes; puérperas; e trabalhadores da saúde).
Oficialmente a campanha estendeu-se até o último dia 5. Contudo, a vacinação seguirá até que acabem os estoques. A partir daquele momento, a recomendação da SES aos municípios que ainda não atingiram a meta de 80% é que intensifiquem a vacinação junto ao público-alvo. Nos demais, a secretaria orienta que cada município defina, com base no seu perfil epidemiológico, os grupos a serem vacinados, considerando as doses ainda disponíveis.
Casos confirmados de Influenza
De acordo com boletim da última semana sobre a Influenza divulgado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o Rio Grande do Sul teve até o momento a confirmação de 20 casos da doença, sendo que dois deles vieram a óbito (um em Canoas, pela cepa A-H3N2, e um em Glorinha, pela cepa do tipo B). Até este mesmo período no ano passado, os registros estavam em 15 casos, sendo dois óbitos. O ano de 2014 terminou com a ocorrência de 188 casos, com 25 mortes.
A vigilância da Influenza no estado notifica e investiga os casos de internações hospitalares por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), caracterizada por dificuldade respiratória associada ao aparecimento súbito de febre, cefaleia, dores musculares (mialgia), tosse, dor de garganta e fadiga.
Para cada caso notificado são realizados testes laboratoriais para Influenza e outros cinco vírus respiratórios. Fora os casos de Influenza, foram identificados outros 171 casos de internações por vírus sincicial respiratório, adenovírus e parainfluenza.