Representantes de servidores públicos foram recebidos, nesta segunda-feira (3), no Palácio Piratini, para tratar do calendário de pagamento da folha do Executivo do mês de julho. Na última sexta-feira, foi divulgado o cronograma de pagamento em três etapas, iniciando-se com o depósito de parcela líquida de R$ 2.150,00 para todos os 347 mil funcionários naquela data. Uma segunda parcela líquida de R$ 1 mil será depositada, no máximo, até 13 de agosto. O valor final, acima dos R$ 3.150,00, tem previsão de ser creditado até o dia 25.
Os servidores foram recebidos pelo chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, acompanhado do chefe de Gabinete do Governador, João Carlos Mocelin, e do subchefe jurídico da Casa Civil, José Guilherme Kliemann. Representantes de entidades como Fessergs, Cpers, Sindsepe, Sintergs, Amapergs, Sinsirga, Sisdaer, Sinsdjus, Sindisaúde e Sindipe demonstraram preocupação com o calendário de pagamento e os projetos a serem encaminhados pelo Poder Executivo à Assembleia Legislativa nos próximos dias.
Biolchi disse que o governo reconhece a legitimidade das manifestações dos servidores diante da impossibilidade de pagamento integral da folha e vê com respeito as preocupações expressas. "Esta reunião evidencia o tamanho do efeito de o Estado não cumprir com sua obrigação de pagar os salários em dia e o quanto é importante buscarmos soluções de forma conjunta. O calendário apresentado não reflete uma escolha do governo, mas uma situação de fato, que se sobrepõe à vontade de todos", explicou.
Segundo o chefe da Casa Civil, o governo está mantendo e buscando uma relação de respeito e diálogo com os servidores. "Desde o início do ano, vínhamos falando sobre o agravamento da situação financeira. Em maio, já havíamos enfrentado a falta de recursos para todas as despesas e garantimos pagamentos na medida em que era possível, comunicando que a situação seria agravada", lembrou. Quanto aos projetos a serem enviados à Assembleia, Biolchi disse que um novo conjunto de iniciativas de enfrentamento da crise estrutural deve ser encaminhados nos próximos dias, reforçando as medidas para a transparência e procurando soluções compartilhadas para o Estado.
Para o presidente da Federação dos Servidores Públicos, Sérgio Arnoud, nenhuma proposta foi apresentada no encontro. Para ele, a situação poderá se agravar e o descontentamento crescer com a situação.
Para o dia 18, os servidores estariam organizando uma greve geral. As categorias deverão se reunir nos próximos dias para definirem os próximos passos.