Prevenção de violência nas escolas é prioridade

A mediação, o debate, o diagnóstico, o mapeamento e ações conjuntas da comunidade e poder público são as armas da Cipaves, instância que integra os conselhos escolares, para combater a violência e riscos de acidentes dentro e nos arredores do colégio.

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Conter o avanço da violência no ambiente escolar é prioridade do governo de José Ivo Sartori e assim é tratada pela Secretaria de Educação, que superou a meta estipulada no Acordo de Resultados de instalar e reativar 100 comissões Internas de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipaves) na rede estadual de ensino em quase três vezes. De maio a julho, 280 novas Cipaves foram formadas. Deste total, 113 foram implantadas nos 19 municípios listados pela Secretaria da Segurança Pública como os que possuem os maiores índices de violência no estado.

As novas Cipaves somam-se às 552 comissões que foram reativadas deste janeiro, de acordo com a Lei estadual 14.030/12 de autoria da então deputada Maria Helena Sartori. Com isso, a cultura do diálogo e de soluções para os problemas da comunidade escolar já virou realidade em 32% da rede, que possui 2.558 escolas. “Não há como se ter uma educação de qualidade em um ambiente contaminado pela violência. Saber lidar com os conflitos que ocorrem no ambiente escolar é a missão das comissões”, afirma secretário da Educação, Carlos Eduardo Vieira da Cunha.

Segundo Vieira, na medida que elas cumprem o seu papel, transformam o ambiente escolar em um local de boa convivência e respeito às diferenças, fazendo com que haja boas condições para o desempenho em sala de aula. “Propagar uma cultura de paz no ambiente escolar é a grande missão das Cipaves”, ressalta o secretário. Vieira acrescenta estar “convicto de que o sucesso deste trabalho é fundamental para que possamos diminuir os preocupantes índices de evasão e de repetência, vamos continuar tratando-o com a prioridade que ele merece".  

A gerente estadual do projeto Cipaves, a professora Luciane Manfro, explica que as comissões são formadas por alunos, pais, professores, direção e funcionários. “A ideia é diagnosticar e coibir casos de indisciplina escolar, intolerâncias, bullying, entre outras situações que ocorrem fora do muro da escola, mas interferem diretamente no ambiente escolar”, explica Luciane.

Comunidade e poder público juntos

A mediação, o debate, o diagnóstico, o mapeamento e ações conjuntas da comunidade e poder público são as armas da Cipaves, instância que integra os conselhos escolares, para combater a violência e riscos de acidentes dentro e nos arredores do colégio. O trabalho é baseado na mediação de conflitos e envolve outras secretarias de Estado, como o Gabinete de Políticas Sociais, Saúde, Justiça e Direitos Humanos, e Segurança Pública.   

Drogadição, gravidez na adolescência e trânsito no entorno dos colégios são preocupações comuns à comunidade escolar. Porém, a ocorrência de assaltos no entorno da escola foi apontada por unidade da rede estadual de ensino de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Pelotas, Porto Alegre e São Leopoldo, o que levou a gerência do projeto Cipaves a se reunir com o Comando Geral da Brigada Militar, que assumiu o compromisso de reforçar o patrulhamento escolar na região diagnosticada. A denúncia de Cipaves sobre a venda de drogas dentro de escolas da Região Metropolitana é investigada pelo Departamento Estadual do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil.  

Cursos e aplicativos

A Secretária da Saúde oferece curso de capacitação à distância para ajudar a comunidade escolar a entender e identificar os efeitos físicos das drogas e da depressão originados pelo ambiente. O projeto piloto inicia em setembro, inicialmente capacitando os orientadores educacionais das Cipaves localizadas nas 19 cidades com maiores índice de violência. O projeto Cipaves integra o programa de Promoção da Paz e Prevenção ao Uso Indevido de Drogas da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, que lança neste segundo semestre um aplicativo com informações de prevenção e serviços que envolvem a dependência química.

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