Soja e milho podem não ser impactados pelo La Niña, diz estudo

O estudo aponta para duas informações: o rendimento médio dos anos de La Niña é igual ao rendimento médio dos anos de El Niño e que houve um menor rendimento médio em anos neutros

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O fenômeno La Niña, normalmente associado a períodos de pouca chuva e muita dor de cabeça para os produtores de milho e soja, pode não ser um vilão tão grande assim. É o que aponta o estudo do pesquisador da Fepagro Ronaldo Matzenauer, apresentado na Casa da Fepagro nesta quinta-feira (3 de setembro).

Ronaldo analisou o regime de chuvas no período de 1961 a 2010, com dados coletados pelo CemetRS e pelo Inmet em 28 localidades do Estado. Ele cruzou estas informações com os dados de produção agrícola da Emater/RS-Ascar e do IBGE, apontando a produção e o rendimento de grãos de soja e milho nas safras de 1974/75 até 2012/13.

Ele descobriu que, nos anos neutros, há menos chuva no verão do que em anos de La Niña, o que impactou na produção e rendimento da soja e do milho no Rio Grande do Sul. “Penso que hoje temos que ter mais receio quando o prognóstico é de ano neutro do que La Niña, pois o conjunto de dados mostra uma diferença de precipitação, afetando o rendimento dos grãos”, destacou.

O pesquisador apresentou dados das duas maiores quebras de safra ocorridas no Estado, em 2004/2005 e em 1990/91. Na safra de 2005, que sofreu com uma redução brusca de 9 milhões de toneladas, não houve evento La Niña. “Foi a estiagem mais forte dos últimos 40 anos, mas neste ano ocorreu um El Niño fraco. A segunda maior quebra de safra, em 1991, foi em um ano neutro”, contou.

Segundo Ronaldo, o estudo aponta para duas informações: o rendimento médio dos anos de La Niña é igual ao rendimento médio dos anos de El Niño e que houve um menor rendimento médio em anos neutros. “São dois resultados surpreendentes”, frisou.

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