eninas com idade entre nove e 11 anos têm até o final do ano para procurar a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), usada na prevenção do câncer de colo do útero. As jovens, que no início do ano, receberam a primeira dose devem agora tomar a segunda, prevista para depois de seis meses. Da mesma forma, quem não chegou a começar o esquema, ou no ano passado recebeu apenas uma dose, também pode fazer a vacina. A estratégia para a aplicação ocorre nas escolas e Unidades Básicas de Saúde (UBS), conforme organização e calendário dos municípios. No RS, são cerca de 240 mil meninas dentro dessa faixa etária. Até este momento, 131 mil já receberam a primeira das três doses recomendadas.
Em março deste ano, com o início do calendário escolar, as pré-adolescentes começaram a ser imunizadas. Assim, a partir deste mês de setembro, quando completam seis meses da primeira aplicação, elas devem receber a segunda dose. A imunização é completada com a terceira dose, cinco anos após a primeira. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) reforça a importância para que todas as meninas de nove, 10 ou 11 anos ao menos iniciem o esquema até o final do ano. “A partir de 2016, a primeira vacina contra o HPV passa a ser oferecida exclusivamente para as meninas de nove anos de idade, assim, aquelas que não tomarem a primeira dose até 31 de dezembro acabarão perdendo a oportunidade de se proteger”, salienta a chefe da Divisão Epidemiológica do Cevs, Tani Ranieri. No próximo ano, aquelas com mais de nove anos só poderão receber a vacina se já tiverem recebido a dose inicial em 2015.
A vacina está disponível nas cerca de 1,8 mil Unidades Básicas de Saúde do Estado. Em alguns municípios, a imunização também ocorre nas escolas públicas e privadas. Nas instituições de ensino, para receber a primeira vacina as meninas precisarão apresentar o Termo de Autorização para Vacinação assinado pelos pais ou responsáveis. Esse documento estará disponível nas escolas e no site da Secretaria Estadual da Saúde.
Quem deve ser vacinada?
Meninas de nove a 11 anos.
Onde a vacina estará disponível?
Nas escolas e nas Unidades Básicas de Saúde, de acordo com a organização dos municípios.
Quando a vacinação ocorre?
A estratégia não possui datas de início e término. Nas escolas, a meninas serão informadas quando uma equipe do setor de imunizações visitará o local ou receberão a indicação de qual Unidade Básica de Saúde procurar.
Contra o que ela protege?
Contra quatro tipos do papilomavírus humano (HPV), que são os principais causadores de câncer de colo de útero.
Vacina para mulheres vivendo com HIV
Neste ano, também podem se vacinar mulheres de nove a 26 anos de idade vivendo com HIV. Essa população - que no RS soma cerca de 5 mil pessoas - foi incorporada como prioritária, considerando que as complicações decorrentes do HPV (como neoplasias anogenitais e as lesões intraepiteliais) ocorrem com mais frequência em pacientes portadores de HIV e da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
Papilomavírus humano
O vírus HPV é uma das principais causas de ocorrência do câncer do colo de útero. Pelo menos 12 tipos de HPV são considerados oncogênicos, ou seja, podem ocasionar tumor canceroso. Dentre as variantes de alto risco, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. A vacina a ser oferecida pelo SUS é contra esses dois tipos e outras duas formas do HPV que resultam em lesões genitais (verrugas).
Sua transmissão se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada, principalmente via sexual. Como muitas pessoas portadoras do HPV não apresentam nenhum sinal ou sintoma, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo. A época mais favorável para a vacinação é nesta faixa etária, de preferência antes do início da atividade sexual, ou seja, antes da exposição ao vírus.
Na prevenção ao câncer de colo de útero, contudo, a vacinação não substitui o exame papanicolau, que ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero. Ele deve ser realizado anualmente e, após dois exames negativos, a cada três anos. Quando as lesões são diagnosticadas preventivamente, podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O câncer de colo do útero é um dos mais fáceis de serem prevenidos, por isso é tão importante fazer o exame regularmente. Da mesma forma, o uso do preservativo em todas as relações sexuais é de extrema importância, pois a vacina não confere proteção contra todas as doenças sexualmente transmissíveis.
Câncer de colo do útero no Rio Grande do Sul
Em 2014, segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é que o Rio Grande do Sul tenha tido 840 novos casos de câncer de colo de útero, que representa uma taxa de aproximadamente 15 casos por 100 mil habitantes. Em relação aos óbitos, em 2013, ano fechado mais recente, foram registradas 325 mortes em decorrência da doença.
Mais informações sobre o vírus, a doença e vacinação podem ser encontradas no site da Secretaria Estadual da Saúde (www.saude.rs.gov.br).
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