PC realiza operação contra lavagem de dinheiro

Os bens que estão sendo sequestrados somam o valor conjunto de mais de 5,5 milhões. O grupo criminoso movimentou mais de R$ 18 milhões nos últimos três anos.

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A Polícia Civil (PC) desencadeou, nesta quarta-feira (7), a maior operação de combate à lavagem de dinheiro oriundo do narcotráfico já realizada no Estado. O foco da ação era o sequestro de um patrimônio superior a R$ 5 milhões, relacionado à quadrilha liderada por Alexandre Goulart Madeira, conhecido como Xandi, falecido em 4 de janeiro deste ano.

A Operação Laranja Mecânica, coordenada operacionalmente pela Divisão de Inteligência e 3ª DIN do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), com apoio do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos, teve a participação de 370 agentes e delegados, de todos os departamentos da Polícia Civil. Foram cumpridas 93 ordens judiciais (46 mandados de busca e apreensão, 15 mandados de prisão preventiva, 13 conduções coercitivas e 19 sequestros de bens).

Os trabalhos ocorreram em Porto Alegre, Viamão, Canoas, Santa Maria, Santo Antônio da Patrulha e Florianópolis. Os bens que estão sendo sequestrados somam o valor conjunto de mais de 5,5 milhões. O grupo criminoso movimentou mais de R$ 18 milhões nos últimos três anos.

No balanço da operação, o secretário da Segurança Pública, Wantuir Jacini, destacou a efetividade do trabalho. "Essa é a forma correta de se enfrentar o crime organizado: trabalhando com base na inteligência policial. Trata-se de um processo longo, porém qualificado, que garante sempre resultados positivos, com o desmantelamento dos grupos criminosos e a prisão dos envolvidos", afirmou.

Durante a operação, foi anunciada pelo chefe da Polícia Civil, Guilherme Wondracek, a criação de uma delegacia especializada em crimes envolvendo lavagem de dinheiro . "Estamos com o projeto pronto e temos o sinal verde do secretário. Encaminharemos ainda esta semana para a  Secretaria da Segurança Pública", adiantou.

O diretor do Denarc, delegado Emerson Wendt , salientou o trabalho de investigação de forma integrada com o Gabinete de Inteligência da PC. "Foram sete meses de investigação, que resultaram na maior operação no que diz respeito à lavagem de dinheiro relacionado ao tráfico de entorpecentes. Mais uma ação integrada, que envolveu agentes e delegados de diversos departamentos", frisou.

Como operava o grupo

A quadrilha mantinha 12 empresas de fachada. Entre elas, produtora de eventos que realizava a lavagem de dinheiro através da comercialização de camarotes. Foram apreendidos seis imóveis – entre eles um apartamento de luxo em um condomínio em Florianópolis – veículos, armamento, drogas e documentos que comprovam as atividades da quadrilha. Doze táxis também foram apreendidos, sob a suspeita de que permissionários e motoristas prestassem serviços ao grupo, facilitando a lavagem do dinheiro, transportando e comercializando drogas.

Segundo o diretor da Divisão de Informação Criminal (Dic) do Denarc, delegado Márcio Moreno, a quadrilha era a maior organização criminosa vinculada ao narcotráfico e à lavagem de dinheiro no RS. "Há provas que também ligam o grupo a uma série de outros crimes, como homicídios e receptação. Embora o líder tenha sido assassinado no início do ano, rapidamente eles estabeleceram a linha sucessória e criaram um ambiente ainda mais hostil no território que dominavam", explica.

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