Com uma redução de 15% no número de acidentes fatais e 12% no número de mortes no trânsito em 2015, o Rio Grande do Sul está caminhando em direção à meta da Década de Ação pela Segurança no Trânsito proposta pela ONU, que objetiva reduzir em 50% as vítimas no trânsito até 2020. Os dados são do relatório parcial publicado pelo Detran sobre a acidentalidade no estado, que compila informações dos acidentes com morte de janeiro a setembro.
A redução das mortes e acidentes fatais em relação ao mesmo período do ano passado impacta a curva da acidentalidade fatal no estado em direção à meta da Década. Para chegar à metade das 3.224 mortes projetadas para 2020 (caso nada fosse feito e houvesse uma progressão linear) o estado deve trabalhar para reduzir 3,1% ao ano o número de vítimas. A redução atual, se mantida até o final do ano, colocará o Rio Grande do Sul em uma melhor posição com relação à meta.
Embora o número de mortes seja o menor registrado desde 2008, não é possível comemorar. Foram 1.334 vítimas fatais registradas no trânsito do Rio grande do Sul este ano. No mesmo período de 2014, foram 1.530 mortes. O número de acidentes com mortes, que pode ser mais importante do que o número de vítimas fatais para embasar as ações de combate à violência no trânsito, é o menor do período analisado (2007 a 2015). Foram 1.176 acidentes com vítimas fatais este ano, contra 1.387 no mesmo período do ano passado.
O Detran credita a redução a uma mudança de comportamento decorrente do aumento da fiscalização e punição dos motoristas infratores, através da suspensão e cassação do direito de dirigir. Mas esses são somente os fatores mensuráveis que podem explicar a redução da acidentalidade. O diretor-geral do Detran, Ildo Mário Szinvelski, avalia que também a educação para o trânsito e a conscientização através de campanhas e da imprensa têm sido importantes para essa mudança cultural em curso, especialmente a relacionada à mistura de bebida e direção.
Segundo o último relatório da Organização Mundial de Saúde, os países que tiveram mais sucesso na redução do número de mortes no trânsito obtiveram esse resultado melhorando a legislação, a fiscalização e fazendo estradas e veículos mais seguros. "A legislação brasileira é uma das mais avançadas, a fiscalização tem tido avanços. Precisamos, ainda, avançar na questão da infraestrutura e da segurança dos veículos", concluiu Szinvelski.
