Novas definições para registro de casos de microcefalia

O assunto foi uma das pautas da reunião semanal do comitê de enfrentamento coordenado pela SES

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A Secretaria Estadual da Saúde (SES) apresentou, nesta sexta-feira (19), as definições que adotará para o registro dos casos de microcefalia e outras alterações no sistema nervoso central. A descoberta da relação da má-formação com a infecção de gestantes pelo zika vírus levou o Ministério da Saúde a implantar uma vigilância específica sobre o tema. Assim, desde outubro do ano passado até o momento, o RS já teve o registro de 31 casos compatíveis com as definições atuais do MS. Um deles já foi confirmado como relacionado ao vírus, transmitido pelo mesmo mosquito responsável pela dengue e febre chikungunya, o Aedes aegypti.

O assunto foi uma das pautas da reunião semanal do comitê de enfrentamento coordenado pela SES, que se reúne todas as sextas-feiras. Também foi divulgada a atualização dos casos de dengue, chikungunya e zika vírus. Na dengue – a única das três que até hoje apresenta circulação no estado – os casos confirmados passaram a 102, sendo 45 deles autóctones (nativos) e 57 importados. É um aumento expressivo em relação ao mesmo período do ano passado, quando o registrado era de 15 casos no total, com apenas 2 deles contraídos no RS.

Em relação ao zika, são 63 casos suspeitos notificados neste ano, com um deles confirmado (importado, residente em Porto Alegre). Quanto à febre chikungunya, são 63 casos suspeitos, ainda sem nenhuma confirmação.

Padrão epidemiológico da microcefalia

O secretário estadual da saúde, João Gabbardo dos Reis, ressaltou que os 31 casos de microcefalia e outras alterações no sistema nervoso central em recém-nascidos ou durante a gestação não podem ainda ser atribuídos ao zika. “A microcefalia até então não era de notificação compulsória, ou seja, os serviços de saúde não tinham obrigação de informar a situação ao fazer o diagnóstico. Com isso, a série histórica que temos não retratava a realidade e possivelmente os casos existentes eram em muito maior número do que os que tínhamos registrados”, informou. “Como ainda não temos o zika em circulação no estado, esses dados servirão para futuras comparações”, completou.

Com a declaração da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional pelo Ministério da Saúde, em novembro de 2015, em virtude da alteração do padrão de ocorrência de microcefalias no Brasil, acredita-se que ocorreu um aumento na sensibilidade dos profissionais de saúde.

Desde a implantação da vigilância específica, a Secretaria Estadual da Saúde busca fomentar junto aos profissionais de saúde o registro dos casos que atendem aos protocolos vigentes. Para isso, trabalha-se com uma busca ativa em prontuários, registro de eventos de saúde pública, declaração de nascido vivo do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e outras fontes de captação. A investigação dos casos é complexa e exige uma série de exames e avaliações por especialistas. Esse trabalho está em andamento na Rede de Atenção do Estado.

Fonte: Governo do Estado

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