O movimento de caminhões carregados com cebola começa a se intensificar na aduana de Porto Xavier, sendo esperadas mais de 90 mil toneladas nos próximos meses, vindas principalmente da Argentina. Os produtos de origem vegetal que chegam ao Brasil pelos portos da região Noroeste do estado devem obrigatoriamente ser classificados, quando da sua nacionalização, e este serviço é feito pelos postos de classificação da Emater/RS-Ascar, localizados nas fronteiras, seguindo as instruções normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Quando chegam à aduana as cargas de cebola passam por um scanner e logo depois os produtos são fiscalizados pelo MAPA, para então seguir para a classificação da Emater/RS-Ascar. Na classificação da cebola são avaliados aspectos como tamanho (classe) e tipos (extra, especial e comercial), em função de possíveis defeitos, tais como talo grosso, brotado, podridão, mancha negra, mofo, deformações, dano mecânico, entre outros.
Apenas em 2015, dos 2.868 laudos de classificação efetuados pela Emater/RS-Ascar em Porto Xavier, 2.233 foram de cargas de cebola. “Em torno de 70% da cebola que chega ao Brasil vinda da Argentina foi classificada em Porto Xavier”, observa o gestor da Unidade e classificador de produtos de origem vegetal, Daniel Régis Birck. Em Porto Xavier, a Emater/RS-Ascar também classifica outros produtos, como alho, feijão, ervilha, alpiste, batata, girassol, malte, soja, trigo e farinha de trigo.
O técnico Volnei Luis Koche, responsável pela Unidade de Classificação de Santa Rosa e Porto Mauá, destaca que as contraprovas das amostras analisadas, após o período de guarda legal, e que estão propícias para o consumo humano, são doadas para entidades socioassistenciais dos municípios. “No ano passado, apenas em Porto Xavier, foram doados mais de uma tonelada de alimentos a instituições como escolas, APAE, casa de passagem e a própria Assistência Social”, acrescenta Birck.
Trabalho de classificação e certificação na região
O gerente estadual de classificação, Jair Domenighi, destaca que “o trabalho de classificação e identificação da qualidade, feito pelas Unidades e Postos de Classificação da Emater/RS-Ascar, contribui e qualifica cada vez mais a comercialização dos produtos de origem vegetal importados e nacionais”.
Além da classificação vegetal, a Emater/RS-Ascar oferece outros serviços que visam garantir e aumentar o controle da qualidade e segurança dos alimentos ofertados aos consumidores, tais como Certificação de Unidades Armazenadoras em Ambiente Natural, Certificação da Qualidade dos Processos de Produção da Erva-mate, Treinamentos em Qualidade na Classificação de Produtos Vegetais e Boas Práticas no Armazenamento de Grãos e Controle de Qualidade no Embarque e Desembarque de Produtos Vegetais.
Os serviços desenvolvidos abrangem vários segmentos da cadeia do agronegócio, desde produtores a cooperativas, indústrias, empresas comercializadoras de grãos, importadores e exportadores, armazenadores e supermercadistas, além de órgãos municipais, estaduais e federais.
Na região de Santa Rosa há postos de classificação em Porto Xavier, Porto Mauá e Unidades em Santa Rosa e São Luiz Gonzaga. Em todo o estado são 30 unidades de classificação e 12 postos nas fronteiras, além de um Laboratório de Análises, localizado em Porto Alegre, que está acreditado na Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro, na Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 e credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para análises físico-químicas de produtos de origem vegetal para fins de classificação, em amostras oriundas do controle oficial do MAPA.