Centro Estadual de Referência da Mulher faz quarentena pelo fim da violência

intenção é orientar e conscientizar a população sobre a importância da notificação dos casos de violência

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O Centro Estadual de Referência da Mulher (CRM) Vânia Araújo Machado inicia na próxima terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, a “Quarentena pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres”. De acordo com a coordenadora do CRM, Márcia Guerra, a intenção é orientar e conscientizar a população sobre a importância da notificação dos casos de violência aos órgãos competentes. “Queremos atingir diretamente o público. Por isto, vamos aos locais onde o povo está”.

De 8 de março a 16 de abril, as servidoras do centro vão percorrer locais de grande movimentação de pessoas, ONGs, hospitais e postos de saúde sobre a importância da notificação de casos de agressão em serviços de saúde e do encaminhado a serviços especializados. Já estão confirmadas ações no Grupo de Mulheres da Emater de Terra de Areia, no Litoral Norte, nas estações do Trensurb, no Aeroporto Internacional Salgado Filho e no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre.   

O CRM - vinculado ao Departamento de Política para Mulheres da Secretaria de Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH) - atende em média 50 mulheres em situação de vulnerabilidade e em risco de violência por mês. Elas receberam orientação psicossocial e jurídica. Os atendimentos ocorrem de forma presencial e pelo Telefone Lilás (0800-5410803), serviço instalado no próprio centro.

Em 2015, a SJDH ampliou os postos de trabalho do CRM e recuperou a função original de orientar e supervisionar os casos encaminhados para os órgãos competentes dentro da estrutura da Rede de Enfrentamento e Atendimento Especializado às Mulheres em Situação de Violência e de Promoção da Autonomia - a Rede Lilás. No centro, as mulheres recebem orientações de psicólogas, advogadas e assistentes sociais.

A diretora do Departamento de Políticas para as Mulheres (DPM) da SJDH, Salma Farias Valêncio, afirma que o fortalecimento do CRM estadual foi o primeiro passo para reforçar o atendimento aos centros de referência da mulher municipais implantados e aos novos que foram criados no ano passado (Cachoeirinha Torres e Imbé). Salma ressalta que cabe ao centro intermediar encaminhamentos e realizar busca ativa da vítima, quando a denúncia protegida é feita por outra pessoa.

Mas, segundo a diretora, para que todo esse trabalho funcione, é preciso que as pessoas denunciem. "Quem cala é cúmplice. A violência contra a mulher é silenciosa, dentro de quatro paredes, quase sempre. Por isso, é preciso romper a barreira cultural e 'meter a colher' na vida do homem e da mulher se isso significar a segurança de mulheres e de meninas, tirando-as de um ciclo de violência, dando acesso à saúde, educação, assistência social e justiça", enfatiza Salma.

Telefone Lilás

O Telefone Lilás é um serviço gratuito de acolhimento seguro às mulheres em situação de violência, que presta assistência por meio de linhas telefônicas, oferecendo orientação jurídica, psicológica e social. Busca acolher, escutar, avaliar cada situação e referenciar a rede de atendimento do município onde a mulher reside, de maneira a promover o acesso a equipamentos de atendimento e de enfrentamento à violência, assegurando direitos fundamentais.

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