Daer realizou vistorias em 100% das pontes e viadutos do estado

Este último número vem diminuindo à medida que as obras são realizadas. Até agora, já foram feitas 41 em decorrência das vistorias.

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O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) concluiu este ano o programa de vistorias rotineiras expeditas nas obras de arte especiais, as pontes e os viadutos. Iniciado no segundo semestre de 2014, o trabalho avaliou as 848 estruturas sob jurisdição da autarquia, das quais 67% estão em bom estado de conservação, 25% em situação regular e 7,5% necessitam de reparos. Este último número vem diminuindo à medida que as obras são realizadas. Até agora, já foram feitas 41 em decorrência das vistorias.

"Essa ação aumenta a vida útil das estruturas e contribui com a preservação da segurança de quem transita nas rodovias, com baixo custo para a autarquia porque é realizado pela equipe própria do Daer", afirma o diretor-geral Ricardo Nuñez.

Ao todo, foram mobilizados cinco engenheiros e 26 servidores da Superintendência de Obras de Arte Especiais (SOA) da instituição, além dos 17 superintendentes regionais com suas equipes de engenheiros. 

"Fornecemos instrução teórica e prática às equipes das superintendências regionais, capacitando-as para vistoriar e atuar, com o apoio da SOA, quando a obra apresenta algum risco”, afirma o superintendente da SOA, engenheiro Ricardo Vuaden.

Além da erosão junto às cabeceiras das pontes, causadas pelas cheias, são frequentes os danos na junta de dilatação, no pavimento e na proteção lateral para pedestres. Para solucionar esses problemas, foram feitas intervenções nos elementos estruturais identificados, interdições parciais ou totais e reduções da carga permitida.

Entre as ações efetuadas está a reforma total da ponte sobre o Arroio Piaui II, na ERS-541, em São Borja, que estava interditada; e a recomposição da ponte sobre o rio Vacacaí Mirim, na RSC-287, localizada no acesso à Santa Maria. Atualmente, está em andamento a recuperação da ponte sobre o Rio Dourado II, na ERS-420, em Erechim.

Também está em fase inicial a manutenção das pontes sobre os arroios Barra Fria, Não Sabia e Negro, todas localizadas na ERS-441 (Vista Alegre do Prata – Nova Prata). “As próximas obras serão para a recuperação e reforço da estrutura da ponte sobre o Rio dos Sinos na ERS-020, em Taquara, e a construção de uma nova ponte em concreto sobre o Rio Piratini, na ERS-702, em Piratini. Os editais para licitação estão sendo finalizados”, adianta Vuaden.

O trabalho de vistorias, por ser contínuo, prosseguirá a fim de manter as pontes e viadutos em condições adequadas de trafegabilidade. “É uma forma preventiva e econômica de manter o estado normal de conservação e utilização das obras de arte especiais, dentro das suas características de projeto. A continuidade desse trabalho se justifica pela necessidade de, periodicamente, serem verificados os possíveis danos causados pelas cargas que circulam e pelas chuvas, que têm se intensificado nos últimos anos", diz Vuaden. 

Está prevista, ainda, a contratação de vistorias cadastrais, que complementarão o trabalho realizado até agora. Essa etapa consiste na análise das estruturas submersas e em locais de difícil acesso por terra. No momento, a SOA e a Superintendência de Programação Rodoviária da Diretoria de Gestão de Projetos do Daer estão analisando o mercado para elaborar o edital que deverá ser publicado neste semestre. 

De olho na carga 

Muitas rodovias estaduais pavimentadas no Rio Grande do Sul são das décadas de 70 e 80. Ainda existem inúmeras pontes de madeira e metálicas com classe 24 toneladas, não adequadas aos rodotrens e bitrens, com peso bruto total de 74 toneladas e 25 m de comprimento, que circulam hoje.

Um terço das estruturas presentes na malha rodoviária não são compatíveis com essa demanda e precisam passar por reparos constantes e ser sinalizadas para garantir a segurança dos motoristas. Atualmente, existem no Estado 280 obras de arte especial dimensionadas para a classe 24 toneladas, 437 para 36 toneladas e 135 para 45 toneladas. 

Para adequar o tráfego às pontes e viadutos, o Daer restringiu a circulação de algumas combinações de veículos de cargas em determinadas estruturas, ficando sob responsabilidade das superintendências regionais a manutenção da sinalização nas pontes, viadutos e rodovias. 

 “As rodovias recebem limitação de tráfego depois de analisados uma série de critérios técnicos. Mesmo assim, existem usuários que nem sempre as respeitam, transitando com excesso de carga, principalmente à noite e durante a madrugada, arriscando as suas próprias vidas. Grande parte circula em comboios, sem o devido distanciamento entre veículos, sobrecarregando as estruturas com peso maior do que elas estão preparadas para suportar”, diz Vuaden.

Esse comportamento acaba produzindo fissuração nos elementos estruturais das pontes e viadutos, favorecendo a corrosão das armaduras, e, dessa forma, reduzindo a vida útil das obras.

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