Ações para incentivar mulheres a notificar casos de violência

O governo do Estado desenvolve um trabalho de conscientização para aumentar a notificação dos casos de violência

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A diretora do Departamento de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH), Salma Farias Valencio, informou, neste domingo (29), que o governo do Estado desenvolve um trabalho de conscientização para aumentar a notificação dos casos de violência contra mulheres junto a profissionais da saúde. "A mulher não procura os órgãos de segurança, mas é inevitável que procure os órgãos de saúde", diz. Por isso a necessidade de se buscar todas as formas de incentivo e encorajamento para que elas façam o registro da violência sofrida, explica Salma.

A diretora do DPM/SJDH defende que o Estado tem um papel central para desmanchar o que chama de cultura de opressão, violência e estupro. “O papel do Estado e de toda a sociedade, por mais que se possa parecer clichê, é promover campanhas de conscientização, principalmente nas escolas e junto aos jovens. Nunca ninguém acredita que possa acontecer consigo e nem perto de si. Mas muitas vezes a violência vem do pai, irmãos, tio, dentro de casa”, afirma.

Ao se referir ao o caso envolvendo a jovem de 16 anos que foi estuprada por mais de 30 homens no Rio de Janeiro, Salma disse ser inegável que existe uma cultura do estupro que estimula a incidência de casos como esse. “Ela nasceu com o próprio país e com o mundo. Esse caso chegou à mídia, mas calculem quantos são velados, não vêm à tona. Andamos todos os dias com medo por nós mesmas, por nossas filhas, por nossas mães, por toda e qualquer mulher”. 

Salma afirma que o enfrentamento a essa cultura começa, por exemplo, no combate a piadas de cunho machista, a brincadeiras que, de alguma forma, naturalizam a violência contra a mulher. “Essa é a cultura, não precisa praticar o ato. Querem que as mulheres aceitem como algo normal ou até como elogio, piadas ultrajantes. Não é um gracejo, é uma ofensa, é uma agressão. Se eu brincar com um homem, ele não vai gostar, mas se acham no direito de dizer inúmeras asneiras. Claro, não são todos, e graças a Deus, temos inúmeros e grandes parceiros nessa luta e enfrentamento”, conclui Salma.

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